31.12.07

O fim da Universal Music Portugal

Chegou o último dia do ano de 2007 e também chegou ao fim a Universal Music Portugal.

Tozé Brito era o último resistente. O verbo está no tempo correcto. Era.

Depois da EMI chegou a vez da Universal.

Sugiro que os artistas portugueses comecem a treinar melhor o castelhano porque se quiserem singrar numa multinacional terão de se deslocar a Madrid.

Mas, afinal, "Quem quer ter editora?".

Bom ano de 2008 para todos.


Luís Silva do Ó

24.11.07

Salas para espectáculos em Lisboa: a crise agrava-se

Nunca houve, na capital, muitas salas para concertos com condições decentes, e que permitisse que bandas de pequena/média dimensão nacionais e internacionais tocassem com rentabilidade e qualidade. O que é estranho, se formos comparar com as principais capitais da Europa.

O problema é que com o encerramento do Paradise Garage no Verão passado, Lisboa deixou de ter uma sala para concertos de média dimensão (500/600 pessoas), o que obriga a considerar alternativas nas áreas limítrofes, neste caso, Corroios ou Cascais. E mesmo assim só talvez a primeira opção seja aceitável.

Não se percebe muito bem este encerramento, mas segundo a administração do espaço, a sua venda estava iminente e os novos donos vão transformar o espaço num restaurante de luxo, tal e qual o extinto Hard Club em Gaia. Esta última sem dúvida a sala em Portugal (que eu conheça) que possuía a melhor acústica para concertos no nosso país.

Podem dizer-me que há algumas alternativas em Lisboa, mas não as há, essa é a realidade.

O Santiago Alquimista é uma boa sala de espectáculos, mas não consegue substituir o Paradise só e apenas pelo facto de levar muito menos pessoas e também pelo facto das dimensões do palco serem tão reduzidas, que se torna difícil a movimentação dos músicos. A altura do mesmo também não ajuda as últimas filas. Mesmo com estas limitações, penso que seja a melhor alternativa ao extinto Paradise Garage.

O Music Box, além de ser também um espaço muito pequeno, é horrível para quem realmente quer ver um concerto. Não é um espaço largo, e tirando as primeiras filas, quase ninguém vê a banda no palco (demasiado baixo).

O Clube Lua também é um espaço com dimensões reduzidas, e por isso nem alternativa é.

A verdade é que em Portugal ainda estamos longe (demasiado longe) de termos um meio musical a sério.

Apetece mandar os senhores empresários da noite todos para a excelentíssima senhora que os pariu.


Orlando Angelino

16.10.07

Quem quer ter editora?

Num passado ainda recente, qualquer banda ou artista ambicionava assinar contrato com uma editora discográfica. Actualmente, muitos consagrados estão a desligar-se de compromissos e a assumirem o controlo das edições das suas novas canções. E, cada vez mais, surgem novos talentos que aparecem e se tornam conhecidos através da Internet.

A indústria discográfica, tal como a conhecemos, morreu, mas as editoras ainda não o sabem. Todavia, a certidão de óbito já está passada. Não chegou foi ao conhecimento oficial dos defuntos porque as certidões teimam em permanecer numa qualquer caixa de correio. A atitude tem sido semelhante à de muitos portugueses que não levantam cartas registadas nos correios porque temem más notícias.

Os últimos anos têm sido passados com a indústria dos discos a diminuir receitas e a despedir trabalhadores. Simultaneamente, assistimos, na Internet, a um consumo crescente de música tanto através do recurso a esquemas piratas como a compra de música em formato digital. E, sobretudo, muita gente escuta música gratuitamente nos sites dos próprios artistas ou nos populares youtube ou myspace. Porém, o negócio do disco aproxima-se do momento do “estoiro” em que “dará o berro” aproximando-se da situação das vendas dos discos de vinil para coleccionador comprar.

Muitos músicos já anteciparam esta tendência porque sabem que as possibilidades promocionais da Internet estão anos luz à frente das complicadas guerras de bastidores que ocorrem em corredores de editoras. Agora, os músicos podem controlar toda a actividade, incluindo a promoção, distribuição e comercialização dos seus trabalhos. Numa loja virtual, uma edição via multinacional é igual a uma edição de autor e todos conseguem colocar os seus temas à venda. Mesmo considerando que essas receitas serão menores do que aquelas que no passado se conseguiam com as vendas de discos, as contrapartidas são evidentes se constatarmos a possibilidade de atingir outros públicos e, assim, aumentar o número de concertos ao vivo. O segredo do sucesso e da viabilidade financeira em Portugal passa e sempre passou pelos concertos ao vivo. Quanto mais divulgado for um trabalho, maior o número de concertos e maior a receita que se irá realizar.

A única hipótese das editoras é conseguirem compreender os ventos de mudança e operarem significativas adaptações ao mercado dos dias de hoje. Tal como, em nome da sobrevivência, o negócio da PT se tem diversificado, também as editoras o terão de fazer. É inevitável.

O disco está à beira do fim e eu serei um dos poucos clientes no nicho de mercado dos coleccionadores.


Luís Silva do Ó

23.6.07

Especial Trabalhadores do Comércio

O regresso dos Trabalhadores do Comércio em destaque.
Emissão especial do Programa Atlântico de Bruno Gonçalves Pereira, hoje a partir das 21 horas, na Antena Miróbriga.
Conversa conduzida por Luís Silva do Ó.

Para escutar em directo ir a:
http://www.radios.pt
http://www.antenamirobriga.pt

Brevemente disponível em:
http://ooutrolugar.blogspot.com

"A rádio vai morrer muito em breve"

In Diário de Notícias de ontem, disponível aqui.

"A rádio vai morrer muito em breve e só a publicidade é que decidirá por quanto tempo é que ela se mantém". O vaticínio, pessimista, foi assumido quarta-feira ao final da tarde pelo jornalista Luís Filipe Costa durante um seminário na Sociedade Portuguesa de Autores sobre a sobrevivência da rádio, onde estiveram ainda presentes responsáveis como Luis Osório, Luís Montez e António Sala.

O futuro da rádio portuguesa foi o mote do debate e Luís Filipe Costa não foi o único a demonstrar uma visão pessimista sobre o tema. Também Luís Osório, director do Rádio Clube, considerou que a rádio "está numa encruzilhada". E explicou: "por um lado, as receitas publicitárias não param de descer - muito mais se forem vistas à escala da Europa. Por outro, falta a ousadia de pensar que não existem desafios". Para Osório, actualmente, "todas [rádios] se parecem imitar umas às outros".

Luís Filipe Costa argumentou que o estado actual da rádio deve-se "às novas tecnologias, como a Internet ou o iPod". Também António Sala revelou reservas sobre o futuro deste meio de comunicação, mas para o comunicador a televisão é a grande responsável. "A televisão esmaga a rádio, é uma luta desleal", afirmou o comunicador, profissional da Rádio Renascença.

António Sala, que celebra 40 anos de carreira, aponta a criatividade como uma forma das emissoras se afirmarem no mundo da comunicação. "A rádio tem que se ginasticar e reinventar, sempre com imaginação. Tem que haver a capacidade de arriscar, de tropeçar e de não ser politicamente correcto", referiu. O antigo apresentador do histórico Despertar, e que também fez carreira na televisão, disse ainda que a rádio "tem que tornar os seus possíveis inimigos, como a televisão, em aliados".

Luís Montez, proprietário das rádios Radar, Oxigénio e Capital, foi quem fez o discurso mais optimista ao afirmar que, "agora, mais do que nunca, existe um maior número de rádios especializadas num género musical, existe maior variedade". Ao contrário dos restantes oradores, Luís Montez classificou as novas tecnologias como aliadas da rádio. "Com a chegada da Internet, a rádio ganhou imenso", diz, explicando que "os emails vieram estreitar a comunicação entre os locutores e os ouvintes". Isto porque, nos locais onde não existem frequências para determinadas rádios, os ouvintes podem agora acompanhar as emissões na Net.

Luís Filipe Costa deixou claro que "só tornando a ser um espectáculo de som é que a rádio terá um bom futuro". António Sala, apesar das reservas sobre o futuro que se adivinha, rematou com a afirmação: "a rádio não está esgotada".

19.6.07

Estrangeiro manda na música nacional

David Ferreira deixa EMI Music Portugal

E a indústria musical em Portugal segue os caminhos perspectivados em meses de debates neste blogue. O único resistente neste momento chama-se Tozé Brito (Universal).
Por vezes é triste ter razão.

Mais informações

8.6.07

A Marta partiu

Soube no princípio da tarde do dia 7 (feriado) que a Marta Ferreira, manager dos Xutos & Pontapés e irmã do Kalú, sucumbira a um ataque cardíaco. Fiquei a olhar para a mensagem no telemóvel, confirmei-a pouco depois, levou tempo a digerir.
Conheci a Marta e com ela tratei de assuntos que envolveram as duas bandas. Não teço loas de circunstância mas tenho que dizer isto: a Marta era o número cinco da banda, um exemplo de competência, frontalidade e profissionalismo, que me perdoem todos os outros que fazem a grande equipa dos Xutos. Ao Kalú, à família e aos Xutos, o abraço solidário dos UHF. Até sempre Marta.

António Manuel Ribeiro

(In site oficial dos UHF)

7.6.07

O adeus de Marta Ferreira

O blogue Canal Maldito encontra-se em estado de hibernação, porém, tendo ocorrido hoje o inesperado falecimento de Marta Ferreira, irmã de Kalu e manager dos Xutos & Pontapés, não queria deixar de prestar uma pequena e insignificante homenagem. Contactei de perto com a Marta durante o período em que os k2o3 gravaram o seu primeiro CD - editado pela El-Tatu - e realizaram algumas primeiras partes de Xutos.
Tenho dela a visão da manager exemplar e principal responsável pelo ressurgimento da carreira dos Xutos - reporto-me aos tempos seguintes à edição de “Gritos Mudos” (1990) e ao período conturbado que os Xutos internamente viveram.

A última vez que com ela estive pessoalmente foi na noite de 17 de Março de 2006, no decurso do espectáculo da “Febre de Sábado” em Matosinhos. Posteriormente, ainda trocámos alguns emails. Ao Kalú, ao Kabeca, à família e aos Xutos & Pontapés transmito um abraço com o meu profundo pesar.

Marta Ferreira esteve para os Xutos como Brian Epstein esteve para os Beatles.

Eternamente insubstituível.

Até sempre.
Luís Silva do Ó



Dia 8, 6ª feira, a partir das 18h00 na Casa Mortuária da Basílica da Estrela.
Dia 9, sábado, Missa de corpo presente pelas 16h30, saindo depois para o Cemitério dos Olivais.

Morreu Marta Ferreira

Terá sofrido paragem cardíaca
Morreu Marta Ferreira, a agente dos Xutos & Pontapés
07.06.2007 - 18h44 Lusa

A agente dos Xutos & Pontapés, Marta Ferreira, 44 anos, morreu hoje no aeroporto de Lisboa alegadamente devido a uma paragem cardíaca, afirmou à Lusa o guitarrista Zé Pedro.

Marta Ferreira terá sofrido uma paragem cardíaca na altura em que a banda se preparava para partir para o Canadá, onde actuaria no sábado em Toronto.

Segundo Zé Pedro, Marta Ferreira faleceu cerca das 12h00 depois de ter sofrido uma paragem cardíaca numa das casas de banho do aeroporto.

No entanto, as causas exactas da morte só serão conhecidas depois de feita a autópsia no Instituto de Medicina Legal, onde está o corpo da "manager" da banda.

Zé Pedro critica falta de assistência médica no aeroporto

Zé Pedro disse também que Marta Ferreira ainda foi assistida por dois voluntários da Cruz Vermelha e por uma equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica, mas já não foi possível reanimá-la.

"O mais chocante foi a falta de assistência de um aeroporto como este onde não havia hoje um médico nem máquinas de reanimação", acusou o guitarrista.

"Queremos saber se houve negligência ou não e se houve falta de assistência no aeroporto", reforçou o músico.

Marta Ferreira, natural do Porto e irmã do baterista Kalú, era a agente dos Xutos & Pontapés desde o início dos anos 1990.

"Era uma peça fundamental na banda", afirmou Zé Pedro, referindo ainda que os Xutos cancelaram a ida a Toronto e poderão cancelar também os próximos concertos da actual digressão.

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1296148

12.3.07

O fantástico baú

UHF – Canções Prometidas - Raridades volume 1Desde há muitos anos que se fala dos inéditos e das canções “esquecidas” no fundo do baú dos pioneiros rock lusitanos UHF. A isto acresce a ausência em formato CD da maioria dos álbuns editados por este grupo e algum ostracismo a que o seu importante trabalho foi remetido. Mesmo aqueles que nunca simpatizaram com a música personalizada dos UHF reconhecem o mérito pioneiro de 1980, a atitude rock de António Manuel Ribeiro no então incipiente panorama musical português e a perseverança com que este homem ultrapassou problemas gravíssimos sem que colocasse publicamente em causa a continuidade do projecto. Foram várias as cisões internas, os problemas com diversos tipos de dependências (álcool e drogas) e, durante a década de 80, António Manuel Ribeiro coleccionou cicatrizes e graves acidentes de automóvel que o chegaram a deixar às portas da morte.
Tivesse ele morrido num desses momentos e seria, hoje, o mito maior do rock português… Felizmente, permanece vivo mesmo que a chama dos UHF tenha vindo a ser consumida por responsabilidade própria ou alheia. Os inimigos coleccionados em anos de frontalidade desregrada, num meio tão pequeno como o nosso, têm sempre inevitáveis consequências mediáticas.
O álbum “Canções prometidas” mostra-nos parte do espólio de raridades que António Manuel Ribeiro tem mantido secreto. Apesar de conhecer algumas destas pérolas inéditas (ser amigo de longa data do António tem destas vantagens), desconhecia a maioria dos temas deste CD. Mesmo tendo consciência de que esta seria sempre uma edição histórica – porquanto única no nosso panorama –, acabei por ficar desarmado à medida que fui escutando o trabalho. Além de um disco histórico, estamos na presença de um dos melhores e mais bem conseguidos álbuns da carreira dos UHF. Temos canções inéditas de 1979 que podiam ter integrado o “À Flor da Pele”, mas temos também potenciais sucessos gravados em 2005 e não incluídos no “Há Rock no Caís”. A canção que mostro no Banco, de 2001, é um bom exemplo da agradável surpresa de “Canções prometidas”.
E este é somente o primeiro volume de um conjunto de três…

Luís Silva do Ó


Reprodução do post disponibilizado no blogue “Banco de Ensaio” e dedicado ao disco de raridades dos UHF.

Clicar para escutar o espaço “Banco de Ensaio”.





Para adquirir a 1ª edição (especial) de “Canções Prometidas”:
Os pedidos de envio da 1ª edição que inclui uma faixa escondida poderão ser realizados através do endereço aiemera-lda@sapo.pt, com o preço do lançamento de 11 Euros acrescido de 2,30 Euros para despesas de envio por correio registado. A edição regular será colocada à venda nas lojas dentro de 3 semanas.


Curiosidade vinda dos arquivos da RTP e disponibilizada por Toupeira:

9.3.07

k2o3 estão de regresso

"No fio da navalha" é o título do terceiro álbum do conhecido projecto k2o3

O regresso dos k2o3, banda punk-rock que fez furor em meados dos anos 90, encontra-se previsto para breve. Os autores de "Vaquinha", "Histórias de ti", "Veneno", "Fuga" ou "Tia bestial" estão a gravar 25 novos temas e contam disponibilizar (gratuitamente) as músicas através de um site na internet.

Em declarações exclusivas ao nosso blogue, o líder dos k2o3, Ulisses, explicou-nos com um entusiasmo contagiante, os motivos que o levaram a reactivar a banda e aquilo que se pode esperar de "No fio da navalha".

"Em primeiro lugar, a paixão pela música e a vontade de voltar a dar concertos. Em segundo lugar a consciência de que os k2o3 continuam a ter um espaço próprio na cena punk-rock nacional que com o passar dos anos não foi atenuada; a constante insistência de fãs, admiradores da banda e amigos para que a banda não acabasse e também o facto de achar que temos muito mais para dizer e fazer, que aquilo que fizemos foi pouco e muito aquém do potencial que a banda tem.
Acho que somos capazes de ir mais longe e de fazer muito melhor!
Mas acima de tudo, porque gostamos de música! Está no nosso sangue!"


Já tivemos oportunidade de escutar parte deste novo álbum e ousamos garantir que "No fio da navalha" será o melhor disco gravado até ao momento pelos k2o3. Temas fortes e comerciais não faltam, assim como músicas propícias à confusão própria dos concertos ao vivo.

Para aguçar o apetite sugerimos uma visita a www.myspace.com/k2o3 onde circulam 4 dos novos temas.


........

Como curiosidade deixamos a surreal versão do clássico Vaquinha descoberta algures no YouTube... quem disse que Portugal é uma Nação cinzenta!?

28.2.07

UHF: Raridades e encontro de fãs

No próximo dia 3 de Março, o Clube de Fãs dos UHF promove o seu encontro anual, numa iniciativa que contará com a presença dos músicos da banda e com actividades paralelas: venda e troca de discos usados, venda de merchandising a preços reduzidos e concerto especialmente concebido para essa noite a partir das 24 horas na Discoteca Swell (Costa da Caparica).

Também no decurso desse encontro, será comercializada uma primeira edição especial, em exclusivo para os membros do Clube de Fãs e demais participantes do evento, do CD "Canções Prometidas – Raridades, volume 1".

Em Março, este álbum de raridades chega às lojas com o seguinte alinhamento:

1 Deste Lado do Rio 1979 (AMR; C. Peres) Inédito
2 Estou de Passagem (voo 079) 1979 (AMR; R. Gomes) Inédito
3 Jorge Morreu 1982 (AMR) Versão nunca editada
4 Nove Anos (versão longa) 1987 (AMR) Versão nunca editada
5 Esta Mentira à Solta 1989 (AMR) Nunca editado em CD
6 Geraldine (ao vivo) 1990 (AMR; C. Peres) Versão nunca editada
7 Dois Numa Vida 1993 (AMR; R. Júnior) Nunca editado em CD
8 Joana (a mais bela) 1998 (AMR; Marco C. Cesário) Inédito
9 Por Essa Mulher 1998 (AMR; A. Côrte-Real) Inédito
10 Uma Valsa / Uma Dança 2001 (AMR; Jorge M. Costa) Inédito
11 A Lágrima Caiu (acústico) 2004 (AMR) Versão nunca editada
12 Menino (canção da Beira Baixa) 2005 (Pop, E. Bettencourt; Arr: AMR) Inédito
13 Canção de Roubar o Amor 2005 (AMR) Inédito


Não será este o post correcto para analisar o alinhamento e a oportunidade da edição, mas não resisto a louvar a iniciativa, destacando, como principal curiosidade, o tema inédito da dupla AMR/Carlos Peres ("Deste lado do rio"), assim como a versão (?) desconhecida de "Estou de Passagem", ambas gravadas em 1979.
Sublinho, ainda, o destapar da versão longa de "Nove Anos" (a letra completa já tinha sido incluída no single "Na tua cama"/"Nove anos") e a versão de "Jorge Morreu" (1982) realizada em época muito alta da carreira dos UHF.
Motivo de regozijo, ainda, para a inclusão da música gravada ao vivo em 13 de Julho de 1990, "Geraldine", a qual, apesar de estar verdadeiramente diabólica, não havia sido seleccionada para o alinhamento do disco ao vivo "Julho, 13".
Em todos os discos dos UHF existe o designado "tema forte" e neste - o mais forte - chama-se "Canção de Roubar o Amor".



Mais informações sobre o Encontro: info@uhfrock.com

27.2.07

Plastica: Novo disco e concertos

Os Plastica estão de regresso aos palcos para concertos de apresentação do novíssimo álbum Kaleidoscope.
Antes de Portugal, e porque o CD saiu primeiro em Espanha, os Plastica tocam a 2 de Março na sala Greenpeace Heineken em Valência e dia 3 na sala Filmore Rock em Málaga.
Serão anunciadas em breve duas festas de lançamento de Kaleidoscope em Portugal.

Vamos acompanhar.
Até lá sugiro visitas ao site e ao espaço no myspace onde se podem escutar alguns dos temas novos.


PS: Não que seja músico da banda, mas aqui deixo um abraço ao "velho" amigo João Quintela.

15.2.07

Uma "Revolta" dentro de nós

Não existem estilos de música bons e estilos de música maus. O que existe é música da qual gostamos e música que não apreciamos. Porém, é sabido que ao vivo as coisas ganham uma dimensão diferente dos bonitos discos que se vão comprando (no meu caso) ou “gamando pela net” (na esmagadora maioria dos consumidores musicais).
Quantos vezes discos fracos não impedem as bandas de serem grandes ao vivo?
E quantos discos fantásticos não terminam em prestações desoladoras em concerto?
Naturalmente que o melhor é serem simultaneamente excelentes nestas duas abordagens complementares. De entre os diversos estilos musicais, existe um (entre outros) que ganha nova dimensão ao vivo.
A actuação de um bom grupo punk-rock gera uma elevada comunhão com o público, sobretudo se ocorrer num pequeno clube em que os músicos quase se encontram no meio dos espectadores.
A energia, os decibéis, a cerveja, a entrega, as músicas musculadas e, principalmente, as letras fortemente politizadas e interventivas fazem do punk-rock um estilo permanentemente atractivo, mesmo que com épocas menos populares.
Vem tudo isto a propósito do novíssimo projecto de António Côrte-Real (guitarrista dos UHF) que, na companhia dos também experientes Bruno Alves (ex: Porta Voz e Dayoff) e de Anselmo Alves (ex: Lulu Blind e Dayoff), conjuga música carregada de energia com letras repletas de forte crítica social. A paixão de ACR pelo punk e pelos Ramones é do conhecimento público, encontrando-se agora bem patente nos primeiros temas disponibilizados pelo colectivo da Revolta.
Fruto de uma saudável colaboração com este blogue, António Corte-Real facultou-nos “Ter ou não ter” e “Ninguém manda em ti”, dois temas que farão parte do álbum de estreia e que se encontram, a partir de hoje, a rodar no nosso player.
Termino socorrendo-me da opinião expressa por Ulisses (mentor de k2o3 e Dayoff) a respeito do primeiro concerto da Revolta:

“(…) quem foi ao concerto viu um “Power trio” coeso, bem ensaiado e acima de tudo com muita atitude, quer na forma de tocar quer no conteúdo das mensagens explícitas nos mais diversos temas. Directos e sem rodeios, os Revolta descarregaram um rock enérgico e musculado onde desfilaram músicas como “Ninguém manda em ti”, “Bush”, “Eu quero ser”, “Ter ou não ter”, “Estrela”, “Tu”, “Nuclear”, entre outros (…)”


Almada permanece um viveiro de projectos musicais que transportam consigo a determinação de tempos passados.
Hoje, falamos de um grito que se quer no volume máximo de qualquer sistema sonoro… e, de preferência, num palco onde a alta definição se confunda com uma realidade nada virtual. Existe uma “Revolta” que nos garante que ninguém manda em ti.


Luís Silva do Ó



Mais informações no site e myspace da "Revolta".

7.2.07

Propaganda: O mainstream português

O rock em Portugal continua a revelar novos nomes com potencial de sucesso. Os Orangotang constituiram a principal revelação de 2006 e trilham caminhos sonoros exemplares do que deve ser o mainstream fabricado em Portugal.

Propaganda é o álbum de estreia dos Orangotang, rodando actualmente nas charts de rádios nacionais de referência, como a Antena 3 e a Best Rock FM.

O trabalho de arranque dos Orangotang assume-se como uma historia de canções que reúne em português, indie rock de guitarras e ritmos fortes, melodias e electrónica vintage, numa aposta combinada da novel editora No Rec. e da CdGo.com, também numa primeira aventura enquanto distribuidora.

A partir de hoje encontra-se disponível no nosso player o tema Fome que sucede a Só!? e Lâmpada Azul, primeiros avanços de Propaganda, ambos com um percurso de conquista de airplay significativo.

A um preço inferior a 10 €uros não existem desculpas para não comprar o CD original.

Para adquirir Propaganda: Clicar aqui

3.2.07

A Revolta dos escravos

Dia 26, sexta-feira, 22h00. Local de trabalho, papelada em cima da mesa, maquetes, headlines, storyboards, imprensas, um número infindável de coisas para terminar e pessoal a stressar. Mas o tempo, para além de frio, tinha pressa e não ajudava nada. O nervoso miudinho começava a fazer-se sentir, não por causa do que ainda faltava fazer, mas porque a escassos quilómetros de distância os “Revolta” iam tocar pela primeira vez. E já só faltava meia hora. A minha boleia lá chegou, atrasada, e chegou também uma sandes para matar a fome e fazer a cama às cervejas que iria beber até às tantas. Era uma noite especial, era como se aquele concerto também fosse um pouco meu, sem guitarra em riste, mas porque os “Revoltados” são meus amigos, são pessoas que eu acompanho há alguns anos, foram meus companheiros de palco e tenho por eles uma profunda amizade, carinho e respeito.

António Côrte-Real (guitarra e coros), Bruno Alves (Baixo e voz) e Anselmo Alves (Bateria e coros) subiram ao palco do Culto Club, em Cacilhas, para mostrar o projecto punk rock intitulado “Revolta”. A experiência de quem já anda nestas lides há muitos anos era gémea do entusiasmo idêntico de quem dá o seu primeiro concerto na vida. E isso é fantástico.

Apesar das condições sonoras não serem as melhores, quem foi ao concerto viu um “Power trio” coeso, bem ensaiado e acima de tudo com muita atitude, quer na forma de tocar quer no conteúdo das mensagens explícitas nos mais diversos temas. Directos e sem rodeios, os Revolta descarregaram um rock enérgico e musculado onde desfilaram músicas como “Ninguém manda em ti”, “Bush”, “Eu quero ser”, “Ter ou não ter”, “Estrela”, “Tu”, “Nuclear”, entre outros.

Independentemente do que possa acontecer, para mim esta é a Revolta dos “escravos” da música, de três amigos que necessitam dela para viver, como de ar para respirar, contrariando de forma exemplar os fantasmas que nem todos conseguem exorcisar. Se o futuro os vai soltar de outras amarras não sei, mas que o conformismo nunca mudou nada na vida, disso tenho pela convicção.
Da minha parte, estão lá.

Ulisses (k2o3)

24.1.07

A dura realidade

Mais a fazer, menos a fazer, as preocupações e considerações expostas no canal (e outras) não saiem da cabeça, e muitas vezes, as melhores reflexões até surgem quando nem estamos sentados no PC.
Alguns dados de máxima importância divulgados por aqui e que se calhar provocaram mais reflexões offline que online, mas que deveriam ter agitado os neurónios de nós pensadores da causa da musica feita por portugueses e em território nacional, isso deviam.

Hard Club encerra
UM - suspenso

Hard Club... pá, assim de repente, lembro-me de Deus (os belgas, não o Omnipresente), Ed Mota, este último dava de 0 a 10 seguramente um 12 ou 13 entre tantas outras noites de grande concertos... estamos a falar do único venue nacional capaz de cumprir um ridder técnico internacional (em Espanha nem quero enumerar para evitar maiores depressões)... se muda para Lisboa... sorte a vossa aí em baixo, porque nós aqui resta-nos sentir a dor da ressaca... se não se muda... perdemos todos...

UM… jornal musical de distribuição gratuito, distribuído nas fnacs e em outros sítios relacionados com ou directamente ligados ao consumo de musica… grande aposta na musica portuguesa, um projecto interessante sem duvida.

Sem conhecer detalhes e sem estar dentro destas situações concretas, e numa análise meia de algibeira, o factor, inviabilidade financeira deve estar relacionado na morte destes espaços, a falta de interesse do público, as fracas receitas publicitarias... enfim o costume.
Mas por muito dramático que isto possa parecer, para um músico não é uma realidade nova... todos os dias bandas acabam ou mantêm-se em coma pela mesma razão - inviabilidade financeira... ninguém lamenta de forma generalizada como nestes casos, porque bandas há muitas e, Hard Club só mesmo aquele... UM era só mesmo este… dramático, lamentável, mas nem sequer são excepções, cruel, fria, dura regra...

Tal como na nossa economia em geral, a solução é ser competitivo, trabalhar a marca, impor pela qualidade e assim internacionalizar, chegar a outros mercados com apetência para o consumo do produto cultural. Fácil de equacionar ou dizer, mas infinitamente mais difícil de atingir.
Muitas vezes em todas estas discussões, esquecemo-nos de nos confrontarmos com os tais nomes internacionais, que estão nos tops mundiais e que ocupam o tão prezado e polémico espaço nas playlists internacionais e nossas. É fácil a retórica da defesa da música portuguesa, mais difícil é estar aquele nível, sendo que é esse o nível que interessa, o tal que faz a diferença, aquele que arrasta multidões para concertos, o mesmo que convence a imprensa internacional aos grandes destaques, entrevistas e especiais de lançamento...
Claro que uma indústria altamente rentável, é também altamente bem oleada, e todo o marketing e investimento em imagem, fazem a diferença, mas nunca me esqueço das sábias palavras de Damon Albarn, (mais ou menos isto) “por muita produção em estúdio que haja, por muito marketing que se faça, a cena começa sempre na violinha e sentado no sofá... e é aí que a coisa tem que ser especial”.
Lembro-me sempre desta, e está sempre em riste aos meus devaneios de suposta competência e talento... para completar a receita, e quando estou com o ego em alta de críticas positivas ao meu trabalho em estúdio ou ao vivo, dou um salto a um link muito especial (pelo menos para mim) e é aí e então que os meu níveis de “armado em artista” descem, e se repõem os níveis do “vê lá se trabalhas para ver se aprendes ó cromo”
Estou-vos a falar da AOL e das suas AOL Sessions (desculpem a publicidade mas vão ver que vale a pena). Para muitos não será novidade, para os outros aqui vai:
A AOL faz sessões ao vivo em estúdio. Ou seja os senhores põem online grande parte do mainstream internacional live...
Podem ouvir / ver os senhores ali a suar a estopinhas, e com a excepção natural de um ou outro caso, é só bom... muitos estilos, abordagens, mas em geral uma coisa em comum... esses Srs., são da nata do mainstream internacional, e tem todos mesmo muito nível... facilmente comprovado ali, em situação live act... ou simplesmente, estes Srs. são os maiores para todo o mundo, porque de facto são os maiores do mundo a faze-lo... claro como a água...
Há de tudo... em grande...
Não queria sublinhar nomes, porque há de tudo e também porque gosto de bastantes, mas pronto, só alguns para vos ilustrar da minha experiência por lá...
Os Korn têm lá uma cena absolutamente extra terrestre, sub 0, ultra cool... os homens fizeram um unplugged. A banda de acústicos, sem bateria, mas com percussionista, piano clássico, outra guitarra acústica, e um freak (absolutamente o maior...) que faz lá umas cenas nas musicas, (numa secção A de uma das músicas só faz uuuuuuuu com uma melodia mínima esgazeada e completamente o que a musica pede e com muita classe...)... e pronto... extra terrestre, grandes canções wicked buster style.
Outra das muitas pérolas, Red Hot Chilli Peppers, estes homens (assim como tantos outros afinal), fazem o disco a banda... praticamente sem overdubs, só a cena... mas mainstream.... Freak loucura rock’n’roll psicadélica sem rodeios, directa mas mainstream... e aqui ao vivo e pronto... sem stress, só nível e classe e muita música naqueles cornos.
Curiosidade – vejam o Sean Paul. Não ligava nenhuma quando ouvia aquilo na rádio ou por aí... pá, cena dj, ok, tudo bem, bem feito, mas não me picava... vi lá e pronto... é uma banda... banda... não é dj... é banda, e do outro mundo...
Enfim, Peal Jam, Coldplay, Black Eyed Peas (vejam também, outra grande banda por trás de um som electrónico, pop mainstream (a que tenho que acrescentar) do século XXI... e que por trás é uma banda, orgânica, cheios de musica a tocarem mesmo muito bem com alma, tudo bom...
Outra curiosidade, Jammie Foxx, outra pérola do aol sessions, eu na minha patetice pensei que o homem se estava a passar e que os actores eram da tela, e os músicos da música... e que aquilo devia ser enfim... A minha patetice (burrice, e atirem para aí...), sem dúvida dos meus preferidos... gosto de ouvir/ver aquela música toda a passear por aquelas canções...
É muita música naquelas cabeças, dedos, canções, tudo tem muita música... muita hora de estudo, muito calo nos dedinhos, muito empenho... acredito que um homem do rock ou punk rock diga “man????? Black Eyed Peas???? Jamie Foxx????? Que é essa cena??????" pá tá tudo, não estou a dizer que é a melhor música do mundo, nem tão pouco a que gosto mais... mas aqueles gajos têm mesmo muita música em tudo o que estão ali a fazer, e estão a faze-lo de uma forma superior.... e por isso é que entram em todas as playlists em todos os países do mundo... por isso é que têm aqueles cachets, etc., etc., etc. e se és músico tens que perceber que tens que ter aquele nível todo para chegar aquele público todo... tens que estudar aquelas horinhas todas etc., etc.
Vale a visita

http://music.aol.com/videos/sessions/sessions_flash.adp

Pronto, descubram, com o inconveniente da publicidade, mas perfeitamente ultrapassado pela qualidade do conteúdo... Pérolas esclarecedoras...

Abraços e boa música,

Rui Pintado

20.1.07

Revolta

Revolta é o nome da nova banda, punk-rock, do guitarrista dos UHF, António Côrte-Real.
Na companhia de Bruno Alves (baixista e vocalista, ex: Porta Voz) e de Anselmo Alves (baterista, ex: Lulu Blind) prometem um álbum para 2007.
Mais informações sobre este novo projecto podem ser obtidas no site da banda em http://revoltarock.com.sapo.pt.

Ao nosso amigo e colaborador de blogue António Côrte-Real e aos nossos amigos Bruno e Anselmo desejamos que "partam tudo" em 2007!

O primeiro concerto é já na próxima sexta-feira, dia 26, no Culto Club em Cacilhas, na primeira parte dos Karpe Diem.

14.1.07

Novas sondagens

Gostariamos de contar com a vossa colaboração na resposta às 4 questões colocadas na frame do lado esquerdo do blogue.

9.1.07

Marcha das importações

O silêncio dos últimos meses tem sido difícil de interromper. O Canal Maldito nasceu com uma equipa pequena, mas acutilante, para debater a música e os seus arredores. Com a ausência de quase todos, a motivação para permanecer a remar - vagamente acompanhado - não tem existido. A verdade é que os grandes debates e as crónicas que motivaram acesas polémicas também nunca me estimularam por aí além, sobretudo pelos problemas que foram causando do lado de fora do monitor. Prefiro recantos mais íntimos e menos expostos, de que são exemplos os meus quase anónimos blogues “O outro lugar” e “Banco de ensaio”.
O encantamento do silêncio tem um mistério muito próprio e nem sempre compreensível.

Deste lado da net e mesmo sem crónicas continuam a existir visitas e visitantes! Foi no que deu este legado de textos que todos os que aqui escrevem ou escreveram deixaram. Ora, se eu estava tão bem num profundo distanciamento porque decidi colocar esta crónica “no ar”?

Num dos últimos meses, o nosso conhecido colega e amigo, Bruno Gonçalves Pereira, convidou-me para assumir um espaço no seu programa Atlântico. Desse desafio saiu o “Banco de ensaio”, através do qual, todas as semanas divulgo um novo álbum.
E não é que voltar a fazer rádio me fez mergulhar não somente nas novidades, mas, também, nos preços dos discos que faço questão de ir adquirindo para o meu espaço?
E não é que tenho tido grandes surpresas ao constatar o preço de lançamento de alguns desses trabalhos?
Deixo-vos pequenos exemplos de algumas das minhas compras através da Amazon:
Badly Drawn Boy - “Born in the U.K.” - € 10,32
Dierks Bentley - “Long Trip Alone” - € 10,89
Nellie McKay - “Pretty Little Head” (CD2) - € 9.60
O que divulgarei no próximo sábado ficou-me em € 4,36!

Naturalmente que estes foram preços de lançamento… a “nice price”. Hoje, são mais caros.
Recuperando escritas antigas, porque motivo não adoptamos um sistema parecido em Portugal?
Sinceramente, não acredito que dê mais gozo descarregar um CD pela net do que ter um disco original nas mãos a preços como aqueles que vos mostrei.
Estes preços promocionais de lançamento não seriam outra alternativa no combate anti-pirataria e no fomento de um top de vendas mais dinâmico e menos cheio daquele tipo de música que não desgruda jamais?

Luís Silva do Ó