24.11.07

Salas para espectáculos em Lisboa: a crise agrava-se

Nunca houve, na capital, muitas salas para concertos com condições decentes, e que permitisse que bandas de pequena/média dimensão nacionais e internacionais tocassem com rentabilidade e qualidade. O que é estranho, se formos comparar com as principais capitais da Europa.

O problema é que com o encerramento do Paradise Garage no Verão passado, Lisboa deixou de ter uma sala para concertos de média dimensão (500/600 pessoas), o que obriga a considerar alternativas nas áreas limítrofes, neste caso, Corroios ou Cascais. E mesmo assim só talvez a primeira opção seja aceitável.

Não se percebe muito bem este encerramento, mas segundo a administração do espaço, a sua venda estava iminente e os novos donos vão transformar o espaço num restaurante de luxo, tal e qual o extinto Hard Club em Gaia. Esta última sem dúvida a sala em Portugal (que eu conheça) que possuía a melhor acústica para concertos no nosso país.

Podem dizer-me que há algumas alternativas em Lisboa, mas não as há, essa é a realidade.

O Santiago Alquimista é uma boa sala de espectáculos, mas não consegue substituir o Paradise só e apenas pelo facto de levar muito menos pessoas e também pelo facto das dimensões do palco serem tão reduzidas, que se torna difícil a movimentação dos músicos. A altura do mesmo também não ajuda as últimas filas. Mesmo com estas limitações, penso que seja a melhor alternativa ao extinto Paradise Garage.

O Music Box, além de ser também um espaço muito pequeno, é horrível para quem realmente quer ver um concerto. Não é um espaço largo, e tirando as primeiras filas, quase ninguém vê a banda no palco (demasiado baixo).

O Clube Lua também é um espaço com dimensões reduzidas, e por isso nem alternativa é.

A verdade é que em Portugal ainda estamos longe (demasiado longe) de termos um meio musical a sério.

Apetece mandar os senhores empresários da noite todos para a excelentíssima senhora que os pariu.


Orlando Angelino