28.1.05

Um Balanço de Dois Mil e Quatro

Um porque é o meu, porque é o meu neste momento, porque é o meu neste Canal, em jeito de monólogo… E é difícil para mim limitar um sem número de momentos, diluídos em 366 dias de um ano, onde convivi de diversas formas com a música: fui a concertos (bastantes), ouvi rádio, fiz os meus downloads, escrevi e conversei à volta do tema, cantarolei,… a umas dúzias de linhas... consciente de que alguns ficarão inevitavelmente omissos...
2004 pessoalmente marcou-me, e para começar pela casa, pelo início desta colaboração… Um esforço concreto na promoção da nossa música, pelo debate de ideias, em conjunto com uma excelente equipa, e com todos a quem ela chegou.
Depois, 2004 marcou-me pelos concertos! Foram muitos os espectáculos que tive oportunidade de assistir! Desde bandas desconhecidas, outras a insurgirem-se, até às de carreira. Conheci novos espaços dedicados às bandas, revisitei outros… requintados, de lama, a música serve-se em muitos palcos… E este rodeio não é por acaso! Inevitavelmente, o “alive” afectou a minha avaliação dos álbuns ou EPs que foram lançados, que fui ouvindo, parcial ou integralmente!
Há bandas que tenho de referir!! Bandas como Clã, que lançam o seu Rosa Carne e fazem mexer o chão em Vilar de Mouros! Os Wray Gun, numa categoria diferente com Eclesiastes 1.11! Bons álbuns a produzirem excelentes actuações! A fazerem acontecer o que eu designo de “público”!
Depois, destacaria os X-Wife, com Feeding the Machine. Um excelente trabalho, distante de qualquer referência nacional, com um timing muito feliz, a surgir e a catapultar-se para o exterior! Comemorou-se o 10º Aniversário dos Blind Zero numa festa fantástica no Hard Club, entre inúmeros convidados de luxo! Os Zen apresentam Rules Jewels Fools, um álbum que me desiludiu um bocadinho… porque ao vivo é muito bom! Os Gift lançaram AM/FM, um álbum que me agradou muito. Tive pena de não assistir a nenhum espectáculo deles!
Três projectos muito distintos a fazerem-se ouvir nas playstations com muita receptividade: Gomo e o seu Best Of, os Loto e Club, e os Toranja com Esquissos. Três “novidades”, com grande qualidade, para fracções mais heterogéneas! O primeiro, talvez mais comercial. Os segundos com uma fórmula simples e uma presença em palco fantástica! Os rapazes são simpáticos, vibram e vivem os momentos da própria música! Os Toranja, ficaram por ver, mas sem dúvida será difícil ficar-se indiferente às letras das músicas e à crueza tocante que a voz consegue produzir na harmonia do instrumental… As expectativas que deixam são muitas!!
Bunnyrunch!! Não tive oportunidade de ouvir qualquer formato gravado mas nem preciso! Vi-os em palco!! E… adorei! A energia que transmitem é estonteante, a música é muito boa! No entusiasmo, comprava o cd!! (Coisa que cada vez faço menos! Decididamente as coisas não estão para isso! Tão fácil fazer downloads, escolher o que se quer e gravar com a qualidade digital!)
Há ainda que falar do Nus de Mão Morta. Um trabalho que se destaca na carreira da banda, com uma estética reveladora que em momento algum coloca em causa o pragmatismo da identidade da formação.
Os Xutos, não vi! Ouvi o Ai se Ele Cai e O Mundo ao Contrário umas vezes valentes na rádio e ficou por aí! Os Xutos continuam os Xutos, e 2004 não foi ano de um particular motivo de destaque! Continuaram a aparecer nas Queimas, até porque ainda há tradições que continuam a ser o que eram! (E ainda bem!)
Quero falar dos Plaza, com o seu Meeting Point, que provavelmente não serão mais do que uma visita interessante de uma existência breve, mas que deram a 2004 um contributo muito positivo!
Tivemos ainda Jorge Palma que lança o fantástico Norte e Rodrigo Leão com o seu Cinema. Os Mesa com o álbum homónimo, que com Rodrigo Leão, surgem na lista dos melhores de 2004 da Billboard.
Tenho de referir ainda os Fingertrips, que percorreram o país de lés a lés, os Loosers, os U-Clic, Quetzal’s Feather (uma banda de garagem que lança o seu álbum em edição de autor), os Renderfly, Slimmy, Alla Polaca, Fat Freddy, Dealema,… Foi o esforço de muitos (com ou sem lançamentos) que fizeram de 2004 um ano de música nacional!
Serão muitos mais ainda os que não referi… mas o “meu” balanço foi em grande parte sustentado pelo meu “walking around”! A todos deixo os meus parabéns! Porque todos sabemos que o mundo da música é fantástico, mas muito complicado! Com melhores ou piores resultados, mais ao gosto de uns que de outros, com dias mais promissores e outros mais desoladores,… a música aconteceu!
E 2005 está aí! Enjoy it! O Canal Maldito vai continuar a ser um espaço para a nossa música! I’ll be walking around…

Walkgirl

26.1.05

Terceira Via - preparação

Conjuntura pessoal

Curiosamente começo a escrever-vos esta crónica no dia em que deixo o éter. Uma pausa, para já, em oito anos de rádio a nível profissional. Penso lançar-me em novas aventuras em breve. Tinha saudades de ver o Canal Maldito mais participado, uma saudação a todos.


A Música no virar da folha do calendário

Já faz algum tempo que ando às voltas a pensar nas músicas de 2004 de que haveria de falar. A conclusão é sempre a mesma, falo daqueles a que tive acesso, ainda que mais por falta de tempo e desleixo na pesquisa de nichos.
Num ano inteiro de análise de música, à parte das que acabaram por tocar ou rodar mais, pouco veio parar em cima da mesma secretária, onde, entre outras coisas, se tentou pressionar pelo aumento do tempo de antena para a música portuguesa. Que não se conseguiu muito também é verdade. Recebi Starvan e etiqueta Transformadores . Projectos com algum cuidado de produção, com garra e vontade. Devem ser direccionados, e foram-no, para estações com objectivos mais ligados à divulgação de música nova e com abordagens mais pesadas, menos soft /comerciais. É assim que as coisas funcionam, mas mais importante do que isso é dizer que há alguém que ouve, analisa e, por vezes, a maior parte delas, dá-lhe aplicação nos sítios indicados, onde é mais útil, sobretudo pela sua divulgação. Esclarecidas estas questões, importantes, falemos então dos que tocaram e perfeitamente passáveis, até pelo mundo soft que pretende em primeiro lugar a sobrevivência e claro, o lucro, nada de novo, portanto.
Começo pelos Xutos, a banda não se reinventou a si mesma, seria se calhar pedir demasiado. Industrializou-se, quem sabe. O primeiro single de melodia a puxar ao orelhudo e mais pesado não conseguiu compatibilizar melodia e letra. Abaixo do que em tempos fizeram os Xutos. O Mundo ao Contrário atamancou a coisa e é claramente superior ao primeiro single, o resto do disco, de tal não rezará a história da música em Portugal, imagino.
Os Mesa continuam o seu caminho e penso que já fazem parte do lote de grupos que veio para ficar. O trabalho superou o nome, a luz foi mais do que vaga, experimentalismo controlado mas criativo.
Os UHF. Recebi Matas-me Com o Teu Olhar das mãos do meu colega Nelson Miguel. Duas faixas para a mesma canção, qualquer delas tocável em rádio multi- formato. A primeira mais eléctrica, a segunda surpreendeu pelo arranjo de cordas e que toca ouvir a qualquer tempo, sobretudo – opinião muito própria- quando as estrelas povoam o céu de negro azulado. E tão simples quanto isto, uma frase de refrão e está tudo fortemente dito, Matas-me Com o Teu Olhar. Duas abordagens diferentes e sentidas para quem gosta e continua a acreditar que há rock, seja onde for. Também estão, chamo-lhe assim ainda que soe a frio, cumpridos os requisitos para que a rádio a toque, nada foi mal feito na produção deste primeiro avanço. Agora é com outro departamento...
The Gift. Teimam em elevar Alcobaça a potência musical. Antes digo, que independentemente da língua em que se canta – sendo que gosto mais do português – o que é importante é que as canções despertem emoções e Driving You Slow cumpre.
Toranja e Gomo, espero pelas próximas incursões para, mais solidamente, opinar sobre o fio condutor dos projectos. Para já, os primeiros têm força de palavras e o segundo a bendita melodia orelhuda e criatividade de imagem, até ver.
Da Weasel, o mundo hip hop / black music separou o trigo do joio e a ceara mostrou-se farta, com presença e boa produção a apoiar. Serve de exemplo mesmo a outros géneros de cantar em português ou de portugueses.
João Pedro Pais sabe o que faz. Rodeia-se de grandes produtores, de uns quantos músicos e algo de audível, vendável e meritório surge. Mais pelo conjunto e forma de trabalhar do que propriamente pela mensagem que transmite.
Uma lufada de ar fresco já às baixas do ano, os Humanos, o projecto resulta, com três grandes participações, em espectro muito alargado, tendo a função fundamental de não nos deixar ficar sem conhecer as obras que Variações ainda compôs. Já chegam as obras que poderiam ter sido trazidas à luz do dia por aqueles que partiram e que teriam composto melodias que por nós agora seriam trauteadas. Sobre essas nem vale a pena pensar.
O ano de música foi muito mais do que isto, falei de discos que me chegaram às mãos, que ouvi, que comprei, ou que o acesso foi facilitado de modo a poder dar atenção. Uma visão necessariamente subjectiva e mais focada em canções do que em discos. Respondi ao desafio de falar sobre a nossa música no ano que passou. Pessoalmente prefiro apontar o discurso para a frente. As outras bandas e os artistas em geral não tiveram muita exposição este ano, e pouco interessa apontar culpas, até porque provavelmente serão bem repartidas.
Da próxima vez fala-se de um mundo que pode ser ainda mais mágico, na medida em que está casado à música. Telefonias alerta.

Saudações a todos e... não desistam! Temos força...

Bruno G Pereira

21.1.05

O Balanço

O ano foi fértil. De consagrados a novas ideias tivemos discos para todos os gostos.
Sabemos que a crise está instalada, temos noção dos sucessivos erros cometidos nesta indústria e, claro que com um governo que teima em não baixar os impostos sabemos que também a estupidez se encontra enraizada. Não esqueçamos que, para os senhores que fazem a dança das cadeiras da assembleia da república, a música Portuguesa não é cultura…
Mesmo assim houve editoras que arriscaram, houve músicos que deram tudo e apareceram novas carreiras no ano de 2004. Toranja, Gomo, Grace, X-Wife, Loto, Pluto, Aside, Easyway, entre outros, fizeram-no.

Tivemos o regresso de bandas com carreiras recentes que voltaram com segundos ou terceiros discos como os Yellow W Van, Fonzie, Plástica, Legendary Tiger Man, os dois últimos via Blitz numa iniciativa de grande importância que esperemos continue a dar oportunidades aos novos.

Dos consagrados chegaram-nos discos de Sérgio Godinho, Clã, Xutos e Pontapés, Da Weasel, Jorge Palma, Quinta do Bill, Mão Morta, The Gift, João Pedro Pais, Peste&Sida…

Devemos salientar o esforço de editoras como a Universal que, dos 8 projectos novos de que aqui falo, editou 4 sendo os Toranja uma das bandas do ano, com vendas superiores a 20.000 unidades. Os Toranja são um caso exemplar de como promover uma banda. Meses e meses a fio a apostar no primeiro single (2003) até o sucesso ser alcançado e depois cimentado com o segundo single (2004). Já lá vai o tempo em que se apostava num segundo e até num terceiro single se os dois primeiros não resultassem…
Hoje em dia a dificuldade que as editoras encontram em conseguir que os seus artistas passem nas rádios faz com que desistam cedo. A história mostra-nos como as coisas devem ser feitas, portanto pergunto o porquê de se mudar o que estava bem? Pergunto porque é que as rádios não passam música Portuguesa e porque é que as editoras não insistem mais? As culpas dividem-se, na minha opinião.
Ainda da Universal chega também a filosofia no preço apelativo para os discos de bandas novas. Como exemplo tivemos os Toranja, Yellow W Van ou Pluto a custarem entre os 12.5€ e os 13.5€. Parece-me correcto, não só por serem artistas novos que se querem impor no mercado mas sobretudo por este me parecer um preço justo para um disco seja ele de quem for. Se fizermos as contas e simular-mos o IVA a 4%, como os nossos vizinhos Espanhóis fazem, podem ter uma ideia de quanto poderia estar a custar um disco em Portugal.
Ainda no capítulo das bandas novas, devo dizer que o disco “The Red Light Underground” dos Plástica foi, para mim, o melhor disco da música Portuguesa de 2004. Esta foi a pérola que o Blitz me proporcionou este ano e 7.5€ foi o preço de venda deste trabalho editado pela Metronomo que agora pode ser encontrado nas lojas a 9€/10€.
O Natal trouxe-nos, como habitual, uma série de discos novos e uma “carrada” de colectâneas que até chateia! No capítulo das novas edições tenho de destacar o trabalho dos Humanos onde são retratadas as canções que António Variações não editou. É um grande disco, são grandes canções, o António Variações é grande e a Manuela Azevedo, o Camané e o David Fonseca acompanham-no nessa grandeza.
Entre os consagrados, temos os Da Weasel, um dos mais sólidos projectos nacionais, que tem expandido o seu culto de uma forma brutal. 40.000 discos vendidos em 2004 e 20.000 DVDs (ter em atenção que as vendas continuam a crescer), num grande exemplo de investimento de carreira feito pela EMI; os Xutos que nem por sombras me surpreenderam com o novo “O Mundo ao Contrário” mas que me alimentam a chama nos concertos ao vivo e que lançaram uma caixa com todos os singles da sua carreira (feito inédito em Portugal) sendo este documento uma prenda de Natal fabulosa para qualquer fã da banda; os Quinta do Bill voltaram com um disco ao vivo onde mostram os melhores temas da sua carreira e os Gift que acompanho, não por gostar da música que fazem, porque não gosto, mas pelo exemplo que são de construção e investimento próprio e auto-suficiente de carreira. Os Gift estão “à frente” nesta matéria e acredito que será por esta lógica que vai passar o futuro da música Portuguesa.

Espero que a descoberta de novos artistas continue em 2005 e se alargue a todas as editoras. Espero que as independentes tenham um papel cada vez mais importante e que essa importância se veja em percentagens de vendas.
Deixo aqui uma sugestão para os independentes: bons discos têm sido lançados, quer por editoras independentes, quer por artistas em edições de autor. Alguns desses trabalhos nem têm chegado às lojas pois não basta ter uma boa capa, um bom grupo de canções e um som profissional. É também preciso encontrar uma boa distribuidora e contratar um promotor independente. Não é caro mas é preciso saber procurar, saber o que se está a fazer e com quem se está a fazer. Se tiveres uma banda e não chegares lá sozinho, não tenhas medo e procura o conselho de um amigo que ande há mais tempo nestas andanças. O partilhar de informação e a entreajuda fazem a diferença!

Ter em atenção que o facto de não gostar de um ou outro disco, não faz com que o mesmo não tenha qualidade! Apenas não gosto. Sei que não estão habituados a ler este tipo de palavras escritas por mim mas acho que já está na altura de deixar de falar apenas bem e só de quem gosto e passar a falar do que existe, quer goste ou não, e construtivamente apontar as minhas razões. Desculpem-me os não mencionados mas seria impossível alongar-me de forma a falar de toda a gente, até porque não ouvi todos os discos editados em 2004, e por isso ficam os exemplos que me parecem pertinentes.

A todos um grande ano de 2005!


António Côrte-Real

18.1.05

O comentário dos comentários

Nem pântano nem confusão

Um blogue não é mais do que um espaço de café (sem cheiro e sem fumo) onde se conversa. Não é a primeira vez que o digo, por isso me repito.
Em verdade, um texto que procurava reforçar o meu ódio de estimação ao marquetingue e a uma sociedade (civil) que nele e dele vive em panaceia perpétua, descambou em obliterações sem nexo.
Apesar de guardar as minhas intervenções cívicas para um outro espaço (http://www.setubalnarede.pt/), vejo-me obrigado a tecer alguns esclarecimentos fora da área meramente musical.

Vivemos tempos de desespero a nível global: dez por cento da humanidade possui noventa por cento da riqueza; o inverso é, notoriamente, verdade, segundo as estatísticas da ONU e da UNESCO.
Nesta sociedade brutalizada por padrões de vida que já não funcionam, assistimos ao estertor da teimosia, e todos, quase todos deambulamos dia a dia, como cavalos de corrida de um mundo que nos tritura.
Não acredito, pela história prática da vida recente, em teorias macroeconómicas; não acredito em taxas de crescimento contínuas; não acredito na mentira como forma de atingir fins, por mais que cantem a sua justeza; não acredito em padrões de vida que simplesmente não funcionam. Acredito que o mundo pode ser diferente, a partir de hoje, pela vontade de cada um.

Ao longo dos anos assisti a justificações atrás de justificações sobre o mercado português do disco. Uma das primeiras a que torci o nariz teve a ver com a redução das cifras para atribuição de discos metalizados: em 1980 “Cavalos de Corrida” foi o primeiro Single de prata do rock português com mais de 30.000 exemplares vendidos; hoje a prata atinge-se à passagem das 10.000 unidades.
Por ventura o tempo deu-me razão. A quantidade de discos de platina que um disco cada vez menos ganha não foi como não é sintoma da saúde do nosso mercado. Tratou-se de uma opção, da qual sempre discordei.

Não escrevi aqui um texto contra a AFP: o que eu quero é ver essa nossa Associação forte e fortalecida. Aliás, sem ser fã da teoria da conspiração (Bush não é o meu presidente), julgo que a AFP limita-se a publicar e chancelar as tabelas que lhe são fornecidas.

IVA

Mas gostaria de ver a AFP a lutar politicamente na Assembleia da República – que grande lição a FNAC nos tem dado – por causa de uma estúpida tabela de IVA sobre o disco e o DVD de 19%: caricatamente, o poema “Rua do Carmo” e outros que gravei, são taxados a 5% de IVA no meu primeiro livro e a 19% nos discos editados.
Ganha o Estado com isto? Claro que não. Ganham os piratas e as feiras de pirataria. Catorze por cento a menos num disco de 15/16 Euros ajudava os mais jovens e menos endinheirados a procurar as obras originais – a cultura fomenta-se assim.

Foi esta a minha luta durante os oito anos em que estive na SPA como director para a música ligeira. Procuraram-se conjugar esforços (GDA, AFP e AFI) mas não se passou daí.

Billboard

Já gosto de muito pouca coisa que os States exportam, tal a confusão em que mergulham o planeta regularmente. Fico-me pela cultura: os livros, a música (sempre) e alguns filmes.
É uma delícia abrir a Billboard e verificar o cuidado que a indústria local (também a passar por uma recessão sem fim à vista) coloca na exposição do seu mercado e do TOP de vendas que corresponde a cada estilo musical. Vale a pena darem uma olhada na NET e perceberão porquê.
Era assim que gostava de viver a minha profissão, num país onde a música tivesse indicadores fiáveis: ganhava a indústria e os seus vários intervenientes.
Dou um exemplo: o nosso CD de 2003 “La Pop End Rock”, vendeu na primeira quinzena cerca de 3.500 exemplares. Como é um disco duplo, a contagem para efeitos de Top multiplicava por dois. Apesar do número ser muito bom nos tempos que correm – estamos a falar de quase 7.000 unidades – nunca entrou para o Top. Porquê?
Os statements recebidos pelo grupo confirmam essas vendas.
Não quero com isto dizer que fomos traumaticamente excluídos, mas apenas anotar que o Top nacional de vendas devia reflectir o que todos os postos de venda efectivamente vendem e não apenas alguns.

A terminar: o by out é uma técnica de vendas como outra qualquer. Arrisca quem pode e quem quer. Não me parece que seja uma forma sólida de encarar o mercado e as suas crises neste país em crise, e só.

Ao senhor que procurou ofender-me apenas um reparo: como figura pública habituei-me a ouvir as maiores barbaridades e os mais rasgados elogios sobre a minha pessoa e a consequente carreira artística. Impropérios e panegíricos não me fizeram nem fazem mudar o rumo.
Apesar de entender, como outros, que desconhece a minha carreira, um reparo: há 30 anos a minha vida centrava-se na Faculdade de Direito de Lisboa e ainda não tinha conseguido o dinheiro suficiente para comprar uma guitarra, o engenho para escrever uma canção, os amigos que fizessem um grupo.

18 de Janeiro de 2005


António Manuel Ribeiro

10º Concurso de Música Moderna de Palmela

Informações, Apresentação e Regulamento em:

www.juventudeinteractiva.org

15.1.05

Blogue-se à força – Nove
Não é para esquecer: é para lembrar

By out

Quando por vezes dentro do grupo ou com gente do meio musical falamos das incongruências do mesmo meio, acabamos sempre por concluir que há muito que é assim que as coisas acontecem – os pequenos truques –, que as capelinhas funcionam, porque o país é pequeno e a indústria e o mercado frágeis. Além da fronteira dos profissionais pouca gente, ou ninguém, percebe as espertezas e as fugas em frente, protegidas pela cortina de silêncio que convém aos intervenientes. Há quem chame a isto marquetingue e até há, no círculo dos UHF, quem me acuse de perder ou não promover jogadas idênticas, aquelas que servem para excitar o ego de outros.
Querem um exemplo?
Desde 1980 que sigo o Top nacional de vendas de discos (fonte AFP), o tal que é oficial. Em 25 anos de existência já foi remodelado mais de uma dúzia de vezes. Porquê? Não deveria o mesmo reflectir apenas e só os discos que os portugueses compram nas lojas de venda de discos? Aquilo é um Top ou um jeito?

Pede-me o senhor Chefe da redacção que faça uma análise ao ano 2004 e eu vou tentar, não sem antes explicar aos caridosos leitores que há uns meses atrás aqui me referi ao fenómeno By out. Depois percebi que não tinha explicado o mesmo. Faço-o agora, juntando as peças do puzzle que a aranha da minha escrita vai tecendo.
By out é um expediente que, desde há uns anos, algumas editoras desenvolveram para promover a venda de um disco: o disco é novo, não pegou nas primeiras vendas, urge colocá-lo em todos os sítios e mostrar com essa exposição que esse é um disco desejado, fenomenal, sucesso de vendas, aposta total e por aí fora. É um truque como outro qualquer: às vezes funciona, outras vezes não. Se funciona o rasto apaga-se; se não funciona, uns meses depois o armazém enche-se de monos e as contas crescem.
E quando não funciona mas o disco sobe no Top e os discos de metal são ganhos? Será que alguém vai devolver depois a prata que é lata, o ouro que é logro, a platina que desafina?
Claro que não. Nunca aconteceu, porque ninguém está interessado e ninguém fiscaliza. Acreditem: há por aí muito boa gente que guarda prémios discográficos com vendas fictícias.

O nosso novo disco

Num momento em que nos preparamos para editar um novo CD – 7 de Março – estas cogitações são úteis.
É um facto que muitas vezes os discos dos UHF estão esgotados nas principais cadeias de vendas; é um facto que os fãs do nosso projecto artístico lamentam esse possível desprezo; mas é sobretudo um bom facto saber que os UHF nunca tiveram discos seus nas prateleiras e os nossos prémios por vendas discográficas são reais.
A propósito: voltámos a estúdio no princípio de Janeiro para finalizar quatro novos temas. Agora, com dezanove canções gravadas, é mais fácil traçar o alinhamento de “Há Rock No Cais”, que não terá mais de doze ou treze temas. É assim que nós trabalhamos, vinte e cinco anos depois dos “Cavalos de Corrida” se terem soltado estrada fora.

2004

É público e notório que a indústria discográfica mundial anda pela rua da amargura, sem saber muito bem como impedir o fenómeno da multiplicação dos CDs e das canções distribuídas por via informática, com as vendas oficiais a diminuírem dramaticamente. Trata-se de um fenómeno colateral desta era digital que está a arrasar no mundo inteiro com empresas altamente lucrativas.
O disco deixou de ser um objecto de colecção para a juventude: tornou-se num uso por horas de um par de canções e a consequente troca por novas canções antes que o dia se deite.
Entre muros será cada vez mais difícil um artista ou um grupo gastar rios de dinheiro em produções que acabam por parir um pequeno ratinho. Acredito que será cada vez mais importante o trabalho de pré-produção para evitar as férias que alguns artistas gozavam em estúdio, muitas vezes sem uma direcção artística definida. Vai ser preciso fazer a arte surgir com o pouco que temos. E é normalmente nestas alturas de aperto contra a parede que os fenómenos surgem, que o espírito se aguça e que as folhas secas são varridas pelo vento.

A indústria anda às aranhas, como o país. Quando acima abordei o episódio by out fi-lo na intenção de há muito ser um agente desta indústria musical, observador e experimentador. Não arraso as editoras que avidamente produziram as suas panaceias, mas sempre achei que a mentira é o lado imperfeito da verdade, como acho que um edifício mal estacado acabará por ruir. O que, num momento de desespero, pode servir uma editora e mostrar um artista, acabará por sepultar vícios pueris.
Talvez entendam agora por que alguns artistas chegam, vencem e fenecem sem darmos por eles – não é preciso pôr os nomes aos bois, perscrutem os últimos cinco anos.

Mas, esta nossa indústria com música, apenas reflecte o estado natural do país das vaidades em que andamos desde 25 de Abril de 1974: primeiro era a revolução, o PREC e a estabilização democrática – os excessos foram perdoados mas as feridas não fecharam; depois com a Europa chegou o dinheiro e as oportunidades perdidas – como no tempo das descobertas despovoámos os campos (agora a produção industrial) e importámos o luxo que o dinheiro pode comprar; desde há seis anos que vivemos a era da avestruz – mudam as cabeças mas a pose e a mentira repetem-se.

Será que os anúncios televisivos são cientificamente parvos porque reflectem os anseios de uma geração?
O país segue-lhe as pisadas: os ministros governam encostados às sondagens sobre popularidade (competência não); os partidos, por que ansiámos, resumem-se a claques clubistas; os empresários, apertados pelo crescimento económico negativo, seguem à deriva; a música, o que aqui nos traz, não passa da espuma dos dias.
Por isso me quedo com este final: a rádio pode ser o estímulo para uma auto-estima nacional (não confundir com nacionalista) – ser português pode ser bom.

Análise

Só vou falar do que comprei, em termos de discos nacionais:

Plástica - The red light underground --> Estão cada vez melhores *
Joel Xavier & Ron Carter - In New York --> Puro gozo
Bizarra Locomotiva - Ódio --> Em grande
Humanos - Humanos --> Grandes momentos de música **

* Este não comprei: foi o Galhoz que me deu.
** É de muito mau gosto um anúncio dizer: “As canções que nunca gravou”.
Como diz a canção: “O bom poeta / é um homem morto / tudo lhe presta / e dói-lhe pouco.” (“Um Tiro na Solidão” – UHF, 1993)


15 de Janeiro de 2005


António Manuel Ribeiro

14.1.05

Concertos de solidariedade

Os UHF, depois de em Dezembro terem doado à AMI 1 Euro por cada cd vendido de "Podia Ser Natal" (à venda através do site http://www.uhfrock.com/), dão novamente as mãos em favor dos mais desfavorecidos, desta vez com dois concertos ao vivo a favor das vitimas da Ásia:

15 Janeiro - Santarém (Largo do Seminário) - 22h

19 Janeiro - Viseu (Pavilhão Multiusos) - 22h

O concerto de 19 de Janeiro conta com o seguinte cartaz:
Lulla bye, Nora Luca, Wipeout, Renderfly, Quinta do Bill, Ramp, UHF, Be-Dom, Dj Pete Tha Zouk.
A Organização está a cargo de Miguel Bello (vocalista dos lulla bye), Câmara Municipal de Viseu e Cristina Reis da Rádio Viriato (manager dos Wipeout).

11.1.05

Chicletes em 2005

Após alguns tempos de ausência, procuro partilhar de algum ânimo evidenciado por alguns colegas Bloguistas. Findo 2004, poderia encetar aqui um período de reflexão, apesar da data tardia.

Mas seria mascar chiclete velha. Daquela colada ao tampo de uma mesa desde a década de 70 e que, graças às suas propriedades antibióticas, se furtou ao apodrecimento. E aproveito a mesma palavra para caracterizar parte do mercado discográfico em Portugal. Trata as bandas como chicletes. Compra-as, como uma qualquer mercadoria ou produto descartável, usa-as, abusa-as e esquece-as. Ficam coladas no tampo de qualquer mesa. E convenhamos que poucos serão os que voltam a mascar essas.

Vá lá, com algum esforço conseguem lembrar-se de um punhado de bandas que, de promessas da música portuguesa, passaram ao baú das recordações. Chegaram, loucura, airplay, airplay, airplay, alguns concertos, (umas mais, outras menos) e ala para o baú das memórias. Venham outras. Mastigue-se, sugue-se tanto quanto se pode com promessas que pareçam atraí-las e que venham outras antes que estas fiquem caras demais.

A chamada "aposta" mais não costuma ser que um lucrar com o balanço positivo de uma banda. Depois, o nada. Não há investimento. Não há "apostas", dê lá por onde der. O que há é uma boleia. São como moscas que entram num carro em movimento. Não o ajudam a andar, apanham a boleia e quando o carro pára e se abrem as janelas elas saem e o carro lá fica, à espera de combustível que provavelmente nunca chegará.

E os outros, os que dizem promovê-la, compram pacotes de chicletes aos magotes. Mastigam, mastigam, mastigam, mastigam um pouco mais que os outros, talvez. Valha-lhes isso. E depois, nada. Ficam-se por aí. Ok, estou a ser injusto. Há alguns que ainda fazem algo pela música portuguesa, algumas entidades que até promovem uns eventos interessantes... O problema é que nesses eventos o cardápio pouco ou nada varia além da ordem por que nos é apresentado. Mais do mesmo. Se não é aqui é ali, se não é ali é acolá. Pois é, mas a ementa não varia... e os apoios às bandas também não.

Há muitos concertos a pagantes, muitos patrocínios, muitos apoios, alguns concertos à borlix, mas no fim de contas, pouco do pagamento chega aos bolsos de quem, muitas vezes, está lá em cima do palco. Isso está, muitas vezes, relacionado à queda de muitas bandas. Em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão. E lá vão elas. Umas emigram, em busca de algum apoio e aceitação, outras extinguem-se, outras ainda por cá resistem, embora que por vezes pareçam obsoletas e marginalizadas por um sistema que continua a preferir as chicletes que todos os dias nos chegam à mão. E é assim. Tem sido assim, salvo raras e honrosas excepções. Salvo meia dúzia de pessoas que, talvez sem o saberem, lutam contra a corrente, estendendo a mão a alguns beijados pela sorte.

Mas são poucos... pouquíssimos. Porque a larga maioria permanece placidamente a assimilar tudo quanto as ondas hertzianas regorgitam como música portuguesa, daquela que só dura uma estação, e a devorar programas de televisão onde se dá mais valor àqueles que mais sabem disfarçar o playback. Sim, porque basta ver um Tonight Show with Jay Leno para vermos dinossauros da música e estrelas do momento ali a arranhar, a tocar, a dar a cara. Aqui não. Tudo se esconde e tudo se refugia no playback. E são os maiores! Aparências.

Enfim, pode ser que isto mude. Pode ser que mais bandas haja que possam crescer. Pode ser que surjam mais artistas. Mas artistas MESMO. Daqueles que vivem de e para a sua arte. Pode ser que uma banda a sério venha a ter mais valor que uma concept-band idealizada por um qualquer produtor e reunida por alguém que tenha ouvido 5 sujeitos a cantar. Pode ser que tocar para 3000 pessoas venha a ser bom para uma banda, ao invés de ser apenas um marco importante (e inconsequente) na carreira dessa banda. Pode ser que se passe a dar valor a quem toca em vez de fingir que o faz. Pode ser que, um dia, passemos a ter a quinta dos estrangeiros numa rádio nacional. Pode ser este ano... Esperemos que sim.

Votos de um excelente ano de 2005 a todos os colegas de paixão, a todos os colaboradores e leitores do Canal.

Abraço

9.1.05

PSO4 Zoom - pocket solution for creative musicians

Quantas vezes, na praia ou no campo, em casa, na sala de ensaios, etc, etc, sacaram da guitarra ou outro, rasgaram de grande riff, grande melodia, e a coisa se perdeu…
Quantas?...
Quantas vezes dava mesmo muito jeito ter a guitarra ritmo gravada para praticar o solo?... ou criar a linha de baixo?... a linha da voz?...
Depois desta fase TV Shop…O santo Graal do registo multipistas, fácil e imediato de ideias musicais é perseguido por quem se dedica a pensar novos equipamentos/soluções para os músicos (e, claro, com isso amealhar mais valias financeiras), desde há muito tempo.
A pocket solution for creative musicians, podia chamar-se assim o pequeno PS04 da Zoom.
Na verdade, estou a falar de um pequeno gravador multipistas com mais uma data de atributos que o tornam demasiado atraente, logo, irresistível. A coisinha permite 4 pistas de gravação, digital, e os esperados ping pongs de pistas que permitem crescer por aí fora, sem degradação áudio, como os antigos 4 pistas em cassete que tanto iluminaram existências e almas musicais do pessoal mais da velha guarda. Claro que, até aqui, esse pessoal está a dizer: “what´s the fucking new?”... A novidade é que, para além de ser um 4 pistas, isto tem o tamanho de um telemóvel (dos grandes…), uma caixa de ritmos programável com bancos de sons razoavelmente competentes, a possibilidade de programar uma linha de baixo, processador de efeitos generalista e para guitarra/baixo, microfone incorporado, afinador e a pilhas… Aqui o pessoal mais cota está a dizer: “São os chips, são os chips, são os chips japoneses…”
De facto, “it´s lovely”. E dá um jeitasso. A caixa de ritmos permite, logo na hora, compor uma bateria de apoio, gravar à noite um refrão com a guitarra e programar a bateria de phones, no comboio, em casa da namorada, à beira mar, etc, etc. O microfone incorporado capta a guitarra acústica, harmónica, voz, contrabaixo, saxofone, etc, etc. O processador de efeitos incorporado permite ligar directo a guitarra eléctrica e ter efeitos de guitarra, como distorções, delays, etc, etc. Seguir para o baixo com compressor e tudo e tudo…
Não podemos ambicionar um registo de qualidade suprema, nem o último grito em facilidade de montagem de takes, programação, etc. Claro que qualquer pc portátil com software a custo zero (tipo perna de pau) é mais versátil e com muito mais recursos, mas… voltar a um 4 pistas, pelo menos para mim e para outros da minha geração, não deixa de ser emblemático. É quase um regresso a casa.
As facilidades dos efeitos e da caixa de ritmos são estupendas. E, numa perspectiva de bloco de notas, esta solução encaixa perfeitamente. Claro que os efeitos são Zoom, bem conhecidos de milhares de utilizadores das fabulasticas pedaleiras multifunções disponibilizadas pela marca, ou seja, e quanto a mim, bem longe do que se pode considerar equipamento profissional, mas… dá pica, inspira, é divertido, didático e, com uns phones razoáveis, quase que escapa.
Para além disso, é uma excelente ferramenta de estudo, já que podemos utilizar a caixa de ritmos como metrónomo, gravar os nossos exercícios de estudo e avaliar a nossa prestação.
É extraordinário e dá realmente um jeitasso: para perceberem melhor, gostava de vos poder mostrar o resultado musical do meu natal. À lareira, com a família, uma guitarra acústica e o meu zoomezinho… eh eh eh
Faço, ainda, a ressalva que estou a falar de um Zoom, mas, eventualmente, e apesar de eu não conhecer, deverão existir equipamentos similares da Fostex, Roland, Tascam, não sei, por aí… igualmente pertinentes e competentes, muito provavelmente.

Aconselhável será, também, adquirir um cartão smart media de 128mb, já que o fornecido na compra é de 32mb, o que me parece pouco. Conselho vital será o de adquirir o referido smart media em qualquer loja informática, já que o da marca é caríssimo. Para tal, verifiquem as marcas de smart media compatíveis com o bichinho.
Em termos de preço, e já com um smart media de 128, se procurarem bem, a coisa deve-vos ficar à volta dos 250 euros, mais coisa, menos coisa.
Deixo, ainda, o contacto do Importador: Casa Castanheira, 22 2004616, e o link do fabricante www.zoom.co.jp, procurem Zoom PS04…
E curtam para aí…


Rui Pintado

5.1.05

Um Pardal com dois dias engole uma ginja

As crianças na sala abrem afoitas os presentes, os adultos aquecem-se junto à lareira em tertúlia, outros mimam o corpo com açúcar, gorduras, álcool, enfim, o espírito das festas invadiu as nossas casas mas porra, foi-se embora. E ainda bem. A mim deixou-me com mais uns quilos e, consequentemente, à beira de um divórcio anunciado caso não tome medidas drásticas.
Uns aproveitam o início do ano para deixar de fumar, outros para fazer dieta, outros para se tornarem fiéis, homossexuais, heterossexuais, seja lá o que for. O importante é que se comece 2005 a fazer qualquer coisa. E isso é bom.
Para já, eu aproveito para dirigir algumas palavras aos nossos caros "bloguistas", fazendo votos para que tenham um excelente 2005 com tudo aquilo que merecem e desejam. Da minha parte, prometo regressar a este "Sítio" com mais assiduidade do que nos últimos tempos por forma a contribuir para o sucesso do "Canal Maldito"- bem dito seja que muito pano para mangas tem dado com acesas discussões e reflexões extremamente importantes sobre a música moderna portuguesa e seus derivados.
Janeiro é a altura das editoras apresentarem os seus prejuízos, as novas apostas, das bandas prepararem material para novos discos e concertos, de aparecerem novos projectos. Tudo fervilha de criatividade, boa vontade, incentivo e esperança de que este ano "é que é". E é bom que seja.
No que toca à minha pessoa, para já, tenho uns projectos na forja: um disco, uma participação num disco e uma nova banda que começará a trabalhar a sério já no início de Fevereiro e que é composta por alguns músicos conhecidos da nossa praça. A expectativa é muita e eu estou desejoso para poder ligar a guitarra, puxar pelos amplificadores e pela goela, trabalhando com dedicação, esforço, devoção e, quem sabe, glória. Sim sou do Sporting e no próximo fim-de-semana vamos apagar os lampiões.
Voltando à vaca fia, está na altura de mostrarmos aquilo que valemos, o talento que existe em cada um de nós porque, apesar de sermos uns pardalitos frágeis com uns bons anos em cima, que facilmente se vão abaixo, que rapidamente se desmotivam, também temos a capacidade de dar a volta por cima e de voar ainda mais alto. Basta ter asas para nunca desistir. Força.

Ulisses

4.1.05

AFP: TOP 30 ARTISTAS - SEMANA 01/2005

No top semanal de vendas da AFP encontramos 8 projectos musicais nacionais nos 30 primeiros.

1º HUMANOS (P) - HUMANOS (CAPITOL/EMI-VC)
7º RE-DEFINIÇÕES (P) - DA WEASEL (CAPITOL/EMI-VC)
10º AMOR SEM LIMITES (PR) - MARCO PAULO (ZONA MUSICA/ZONA MUSICA)
14º TUDO BEM (PR) - JOÃO PEDRO PAIS (POPULAR/VC)
17º VAGABUNDO POR AMOR (P) - TONY CARREIRA (ESPACIAL/ESPACIAL)
18º CANÇÕES DA NOSSA ESCOLA (PR) - OS PATINHOS (VIDISCO/VIDISCO)
19º AM-FM (PR) - THE GIFT (LA FOLIE RECORDS/UNIVERSAL)
26º NORTE (PR) - JORGE PALMA (CAPITOL/EMI-VC)


(PR)-Prata (OU)-Ouro (P)-Platina (2P)-Dupla Platina (3P)-Tripla Platina

Dados: AFP/Copyright AC Nielsen Portugal

1.1.05

2005, Blogue de novo

Boas Festas!
Ano novo, blogue de novo mais activo. Brevemente.

E como a vida não é só música, vamos ser solidários para com os povos afectados pela calamidade na Ásia? Para esse efeito, deixamos os dados de contas bancárias existentes com esse objectivo (fonte: jornal Público).

Como por aqui circula muita gente do meio musical (cronistas do blogue que são músicos contamos 4...) fica uma ideia no ar: Que tal um disco com receitas a favor destes povos?


AMI - Assistência Médica Internacional
Banco Espírito Santo: nº 015/40000/0006
Tranferência bancária para o BES: NIB 000700150040000000672
Multibanco: entidade 20909 e referência 909 909 909 em Pagamento de Serviços

UNICEF
Caixa Geral de Depósitos: NIB 003501270002824123054

Caritas
Caixa Geral de Depósitos: NIB 003506970063091793082

Cruz Vermelha
Banco Português de Investimento: NIB 001000001372227000970