30.10.06

Mau-Mau e 1 quarto de século


Há precisamente 25 anos atrás, os elementos que integravam os Aqui d’el-Rock, decidiram-se pela mutação. Depois da metamorfose, a banda passou a ter a designação de Mau-Mau e entre Dezembro de 1981 e Janeiro de 82, gravou o único single da sua curta carreira. Actualmente, os 3 membros dos há alma – que faziam parte desse(s) colectivo(s) - decidiram assinalar e partilhar o feito. Os temas “Xangai” e “Vietsoul” foram remasterizados a partir do vinil e encontram-se a partir de 26 deste mês e ano, ao dispor de quem estiver interessado em os ouvir, num player do MySpace/há alma (http://www.myspace.com/haalma).

O single teve a produção de António Sérgio e contou com a colaboração do guitarrista João Allain, líder da saudosa Go Graal Blues Band, no tema “Vietsoul”.

Também as novas composições dos há alma se encontram disponiveis para audição de todos os interessados.

24.10.06

O TAL CANAL

Em primeiro lugar a música, e portuguesa, que é o que aqui nos traz.
Um grande concerto. Coliseu dos Recreios, UHF. Encontrei o amigo Luís Silva do Ó, fomos despertos pelas ruas da baixa e, lá chegados, havia um ambiente. Percebe-se quando se entra, sente-se quando se está. Podiam estar mais a assistir? É o mais certo. Curiosamente as televisões não destacaram, a imprensa pouco falou, a própria BLITZ dedicou um tópico a letra 6… as rádios mainstream que até tocaram “Matas-me com o teu Olhar” ignoraram, valeram umas locais da Grande Lisboa, mais o habitual lastro das de sempre e uma referência fugaz no serviço público. Pode especular-se em como teria sido se não tivessem sido arrancados cartazes em Almada, se a televisão portuguesa gostasse de música portuguesa, se algumas das rádios fossem coerentes, se houvesse imprensa de música portuguesa. Agora está feito, pouco importa. Mais perderam. Podiam ter estado associados a um evento onde se sentiu a música e a criação. Sobretudo onde houve fluxo de informação entre artistas e público, onde se comunicou sem ser unidireccionalmente.
Parabéns aos UHF e obrigado pela noite.

Tento não confundir as coisas. Assumimos a vergonha alheia que é a nossa de ver o top de vendas – à parte de eventuais manipulações e imprecisões de dados – no estado em que está. A Floribela mais os Morangos, o FF, o Tiago, os amigos amestrados da novela da lágrima fácil, com o devido respeito. Uma aventura no top, os cinco na música. Será normal? No meu tempo, os trinta já me concedem a expressão, o Topo Gigio, a Abelha Maia e a Heidi e o Marco não ficavam em primeiro lugar na tabela de vendas meses a fio. E a teoria que aponta os pais como os culpados da coisa, ao deixarem de comprar discos para si porque a crise aperta (e poucos vivem a nadar em dinheiro para comparar discos a vinte euros) para comprarem os cd’s infantis perante a insistência dos rebentos. A mim não me convence. Nem essa nem muitas outras. Mas que a situação não é de todo normal, penso que disso não restam dúvidas. Mas, todos no top.

É com uma grande satisfação e um brilhozinho nos olhos que vejo o regresso permanente à equipa do Atlântico – Programa de Rádio, do Luís Silva do Ó. Recordo sobretudo o futuro, mas também os tempos de há mais de uma década atrás em que em Lisboa ou Santiago do Cacém tentámos contribuir com especiais nocturnos, entrevistas e alguma música e debate para trazer novos mundos ao mundo da Antena Miróbriga. Com os meios da altura e a vontade de sempre, entre uma e outra tarde ou noitada. As recordações têm este condão de fazer com que nos lembremos de que é possível. E está no ar um espaço – Banco de Ensaio – que aposta numa das muitas funções da rádio, mas esta especialmente importante, mostrar novidades da música. E o Luís é um dos verdadeiros Homens da Rádio, porque é preciso gostar dela.

O discurso do Canal, ainda bem que não generalizado e com arrefecimento nos últimos tempos, tem-se tornado claramente anti rádio. Não me afecta pessoalmente, até porque curiosamente (já) não faço parte da telefonia automática, nem preciso de afirmar carreira.
Acho que o Canal se continua a desviar do que aqui nos traz, que é debater a música portuguesa, pergunta legítima de quem aparece, afinal é um blog de música portuguesa ou de rádio?
Deixo alguns endereços que são assumidamente de rádio, para que possam estar a modos que actualizados sobre o meio e adjacentes.

http://radioinforma.no.sapo.pt/
http://ouvidor.blogspot.com/

Assim fica mais equilibrado. Talvez.
Uma sugestão para a consulta dos sítios. Como no meio rádio também existem muitas frustrações, à semelhança do que acontece na música, tem que se dar um desconto. Um filtro – e o bom senso! - Que diz que é melhor não se acreditar em tudo sem questionar.

Diz-se que a rádio perdeu mais de 300 000 ouvintes num trimestre. É o mais certo, os estudos têm margens de erro pequenas. E, se defendemos que os estudos de música - bem mais metódicos que os da Marktest sobre as audiências rádio – são certos e nos dão indicações precisas sobre os que os ouvintes querem ou não querem ouvir, temos de nos vergar a essa realidade do dissipar de audiência. Coerência obriga. Não se pode é cair no erro grave de considerar inválidos os estudos de auditório de música e de universo bem mais alargado e pegar no bareme rádio, feito aleatoriamente via telefone e tratá-lo como se papel sagrado fosse. Até porque ninguém tem acesso a ele, a não ser quem paga valente soma. O que sai para fora, para a imprensa, não é o estudo de audiência rádio. É o que o jornalista, que por um acaso pode calhar a ser conhecido do locutor ou administrador de alguma rádio, escreve. E com base num resumo escasso fornecido pela empresa realizadora do estudo, a que se acrescenta a subjectividade da interpretação.
Vamos ver onde se perderam os ouvintes, alguém sabe? Dizem uns que é por causa da formatação das rádios, das playlists, do ar de superioridade dos animadores – locutores e de um eventual desaparecimento dos verdadeiros Homens da Rádio, em maiúsculas, já se vê. Não digo que não existam casos concretos em que estas duras palavras se apliquem, porque estaria a faltar ao que conheço e à honestidade que merecem os leitores, companheiros de escrita e a todos os que gostam da nossa música. Onde? – Torno a perguntar. É feita a ressalva, na divulgação e correcta interpretação das audiências (sendo que no trimestre de Verão, elas descem sempre, desde que há estudo da Marktest) que dá conta de que as principais estações (todas formatadas com playlist) são excepção à descida… então, onde? Bem, arrisco-me a dizer que se perderam em doses repartidas em todas e na sua grossa fatia nas ainda centenas de locais que são as mesmas que por vezes desejam que as nacionais desçam muito quando na verdade passam os dias a ansiar por fazer parte desse universo. Há excepções mas escolhi falar da maior parte. As estações, as mesmas que não se propõem a formação porque acham que não precisam (são muito bons, então não são?), porque há pouco quem saiba e lhes diga que não é só abrir a via do microfone, forçar a voz e debitar informações copiadas da net , ou, honestamente admitindo a necessidade de ir mais além, não têm liquidez. Que isto de manter uma rádio não é fácil, elas têm que dar lucro senão fecham. Tenho conhecido muita gente boa nesse meio e neste e faço parte dos dois. Sei que não existindo quem torne as pessoas numa mais valia elas não chegam a sê-lo. O autodidatismo é um código postal, mas não a própria encomenda entregue. E é muito giro vir defender em nome da solidariedade e talvez até da pena, esse sentimento lúgubre, aqueles que tocam a música da banda de garagem e a nossa portuguesa sem critério, que não se curvam a “eles”, bla, bla, bla. Mas estão esses locutores, essas estações a fazer um bom trabalho para os seus ouvintes? Não. E para a música portuguesa? Não. E é fácil saber porquê. Os ouvintes afastam-se de tanto pontapé na gramática, de tanto passar de atestados de estupidez incompreensíveis nos dias que correm, onde os ouvintes têm acesso às mesmas fontes que os comunicadores. Há em todas as áreas pessoas com fracas prestações e claro que nas locais se nota mais, o aproveitamento do acesso às coisas é mais limitado, sendo que meia dúzia de livros e de conferências nas grandes cidades ministradas porque quem pela rádio pouco tem feito, não ensinam a ter voz de Homem ou de Mulher e a fazer um programa genial, ou quanto muito, que chegue às pessoas, que as toque. E todas estas coisas vão dar reflexo à perda de audiências nos quadros médios e superiores, para mais nestas estações pequenas, esses que são quem compra o que a publicidade vende, e da qual a rádio vive. Mas viva a democracia e o direito de todos a ouvir estações que acabam por fechar por inviabilidade económica.
O público tem razões de queixa nesses meios, quem ainda se preocupa! A música que lhes é servida é-o sem critério ou sequência. Quando apresentam uma música portuguesa ou banda fazem-no como se estivessem a levar a efeito uma reportagem sobre uma nova aquisição rara do zoo. “Aqui temos esta banda, SÃO PORTUGUESES, e são músicos!!!!” – depois passam uns temas da banda, nesse dia e não voltam a tocá-los, comentando “estes gajos queriam ter sucesso, com uma porcaria destas!”e mais, “nós tocamos música portuguesa!!!”. Acontece nas rádios que aqui já têm defendido alguns com fervor, dizendo que são amigas dos músicos. Ingenuidade.
E os primeiros utilizam o facto de terem privado uma vez na vida com este ou aquele artista para se vangloriarem junto de novos colegas. Se calhar é normal, também são filhos desta terra.
E há os computadores. Muitos ainda julgam que substituem as pessoas e que fazem rádio, com um software gerador de emoção artificial. No meio, não há engano maior. Só as pessoas têm a capacidade de cativar pessoas. Pessoalmente, acho que devemos usar os computadores para potenciar a criatividade, como um meio, não como um fim.
As nacionais pop / rock têm um problema sério, andam sem travões. Muito bem, fazem estudos para saber o que os ouvintes querem. Inteligência e dinheiro para tal. Contratam consultores para comunicação. De acordo. E aqui parava. Mas não. Permitem idiotamente que a música seja tratada pelos consultores, em poucos meses me apercebi que era um erro que se paga caro. Uma coisa é ter os dados, outra é deixar estrangeiros, que nada conhecem do meio no nosso país tratá-los. Ainda mais grave, decalcar a realidade americana para Portugal, país com audiência claramente mais culta e esclarecida. O nosso, claro. Não se pode juntar as revistas do meio americanas, os consultores que nem música portuguesa gostam, ir atrás da outra da concorrência e fazer este ou aquele jeito a quem coloca o disco cá fora. Agora que se façam estudos gerais de ano a ano para as canções que não se enquadram nas novidades e quinzenalmente das novas, se não for esse o caminho, acompanhado de um ligeiro acrescentar de música portuguesa à “lei” ou aos estudos e com um ou outro programa de autor dedicado aos nossos, não estou muito bem a ver por onde se possa ir. Uma sugestão, com promoção, mesmo do que não se possa encharcar sempre a antena. Ideias em queda livre para saco roto. Aposto. E colocar na administração de grandes rádios de índole comercial, pessoas que ainda se safam a fazer programa mas de gestão nada entendem, não é grande ideia, a não ser para afundar estações e gastar dinheiro.

A nossa música está-se a transformar, estão a transformá-la em artesanato, para expor em feiras, com o patrocínio autárquico quando por aquelas bandas deixarem de dar valor apenas aos “consagrados”. Seja isso o que for. E os músicos pelos vistos serão espécie protegida, esperemos que não em vias de extinção.
A juntar a este pouco animador panorama, temos o fenómeno idêntico entre meios, do “a minha rádio é melhor que a tua” e do “a minha banda é melhor que a tua”. De tanta mania de superioridade por se ser da rádio ou da banda x – sobretudo em níveis de menor dimensão - dá-me ideia de que os próximos anos ainda vão piorar mais as condições de ambos os parceiros. E de um em relação ao outro. As rádios de música estão longe de trabalhar bem, grande parte dos músicos não sabe gerir a sua própria carreira, fecha-se sobre si mesmo. E diz que a rádio não toca a sua música quando nem a enviou ao programador e aos locutores. Tenho visto aqui alguns músicos – não os mais vividos ou conhecedores para além da linha do horizonte – dizerem mal e sem argumentos dos próprios colegas e das rádios, em vez de se aproximarem de quem os pode divulgar condignamente – sem ser em formato de esmola – não enviam trabalhos e empregam o seu precioso tempo a escrever mal de tudo e de todos. São opções, tenho que respeitar. Sem compactuar, ou deixar de denunciar.

A rádio paga a música que toca, isto apesar de a divulgar. É a SPA que recebe em representação dos artistas. Concordo. Paga por outro lado, porque tem que adquirir discos ou ir à net descarregá-los a 1€ cada canção, se cumprir as leis. Antes as discográficas ofereciam discos a todos os locutores, sem excepção, o que fazia todo o sentido. Estamos a falar de trocos, porque um disco não sai a 20 € à editora. Os locutores tinham contacto com a bolacha do disco, numa gentileza de quem o publicava, viviam a música, viam as fotografias, iam no carro a ouvi-lo. Agora podem ainda fazê-lo. Mas como sabem, os locutores não ganham bem e alguns até têm vínculos precários (não são fuga à generalidade das condições de trabalho no país) e comprar discos a 20€ ou mais cada um, para fazer um melhor trabalho de divulgação que para além de nem ser agradecido é constantemente criticado… não censuro quem deixe andar.
Continuo a achar que a rádio é reflexo das pessoas do país e da sua mentalidade, afinal são e somos portugueses como os outros – e não o contrário. Se a vida tem menos sabor hoje em dia, seria logo a rádio o prato ainda com condimento qb? Não sei se entendo tantas baterias apontadas a todo o tempo contra a telefonia. Parece uma festa, de cada vez que a rádio perde audiência. Curiosamente, a vez em que perdeu mais foi agora, quando entraram em funcionamento as quotas de tão falada lei, no trimestre seguinte a começar a passar mais música portuguesa e brasileira. Tal ninguém quis escrever. Mas não deve ter nada a ver. Porque teria?
As rádios não têm os dias contados. Não foi a net que substituiu o livro, nem o vai fazer com a rádio. Não é a rádio que tira a vez ao disco ou o IPOD que entra em cheio e silencia o éter. Não está para cedo a invenção de aparelhos que montem e saibam conduzir rádios.

Havendo estações domplex, acredito que os mecanismos naturais vão encarregar-se de derretê-las com o tempo, mais do que o aquecer do coro de protestos, muitos deles mal concebidos. E se muitos disserem mal por um lado e por outro se curvarem à perspectiva de tocar uma canção numa estação rainha dos plásticos, em acto de vassalagem, as coisas serão aquilo que sempre foram, uma hipocrisia. Sobretudo para os que criticam as estações, a rádio em geral e se apresentam em parceria traiçoeira aos seus próprios princípios de boca para fora, como se nada fosse. Não será a coerência um valor ainda e sempre importante?

Bruno Gonçalves Pereira

AFP - TOP SEMANA 43/2006

No top semanal de vendas da AFP encontramos 7 projectos musicais nacionais nos 10 primeiros.

1º ACUSTICO (2P) - ANDRÉ SARDET (FAROL MÚSICA-FAROL MÚSICA)
2º FLORIBELLA (9P) - FLOR (SOM LIVRE-SOM LIVRE)
3º DOCEMANIA (OU) - DOCEMANIA (MERCURY-UNIVERSAL)
4º THE OPEN DOOR (OU) - EVANESCENCE (WIND UP-SONY BMG)
5º ESTE E O MEU MUNDO (P) - BEBE LILLY (COLUMBIA-SONY BMG)
6º FROM THIS MOMENT ON (OU) - DIANA KRALL (VERVE-UNIVERSAL)
7º PAULO GONZO (2P) - PAULO GONZO (COLUMBIA-SONY BMG)
8º UMA VIDA DE CANÇÕES (OU) - PACO BANDEIRA (FAROL MÚSICA-FAROL MÚSICA)
9º MICKAEL (2P) - MICKAEL CARREIRA (VIDISCO-VIDISCO/SOM LIVRE)
10º TRANSPARENTE (2P) - MARIZA (CAPITOL-EMI)
11º FADO EM MIM (4P) - MARIZA (WORLD CONNECTION-EMI)
12º CE - CAETANO VELOSO (MERCURY-UNIVERSAL)
13º AO VIVO NO COLISEU (2P) - TONY CARREIRA (ESPACIAL-ESPACIAL)
14º BOTH SIDES OF THE GUN - BEN HARPER (VIRGIN-EMI)
15º MI SANGRE (P) - JUANES (UNIVERSAL/FAROL MÚSICA-UNIVERSAL/FAROL MÚSICA)
16º ROMANTIC CLASSICS (OU) - JULIO IGLESIAS (COLUMBIA-SONY BMG)
17º BALADAS DA MINHA VIDA (OU) - JOSÉ CID (FAROL MÚSICA-FAROL MÚSICA)
18º HUMANOS (5P) - HUMANOS (CAPITOL-EMI)
19º ULTIMATE - PRINCE (WSM-WARNER MUSIC)
20º COLLECTED (OU) - MASSIVE ATTACK (VIRGIN-EMI)



Ouro (Gold) 10.000 unidades
Platina (Platinum) 20.000 unidades
X P=X PLATINAS (Platinum)

Dados: AFP/Copyright AC Nielsen Portugal

GNR – 25 ANOS – CONTINUAÇÃO

AO VIVO:

25 – Outubro – Coliseu do Porto

31 – Outubro – Coliseu de Lisboa

Vale a pena ver os GNR ao vivo. As canções toda a gente conhece, a atitude é a melhor e deve-se ter sempre atenção às “bocas” de Rui Reininho. Gosto da sua frontalidade e ironia. É um artista.

http://www.gnr-gruponovorock.com/


António Côrte-Real

19.10.06

Linda Martini – Linda Martini


“Se o nosso amor é um combate…”

“O chão que pisas sou eu…”

Duas frases que são a montra do EP de estreia dos Linda Martini. São quatro temas, dois instrumentais, dois cantados numa onda experimentalista e pouco comum na música em Portugal.

Há quem os compare aos Sonic Youth, eu discordo e sinto a procura e exploração musical dos LM mais influenciada por Pink Floyd. Seja como for a banda não imita ninguém e limita-se a ser como é, diferente.
A forma de escrita, a colocação das frases na música e estrutura das canções estão enquadradas de uma forma pouco comum, o que torna todo o ambiente ainda mais interessante.

Ouvi este disco no carro várias vezes num dia chuvoso. É o ambiente ideal para ouvir este trabalho urbano, cinzento. “Amor combate” é uma grande canção. Gosto mesmo muito.

Os LM têm andado a fazer o circuito de bares que ainda existe em Portugal, mas não se têm limitado só a isso. Estiveram presentes em alguns festivais de verão e também já levaram a língua Portuguesa a terras de sua majestade.
Inglaterra e Irlanda receberam esta banda sendo que em dois dos concertos foram cabeça de cartaz. Na Irlanda os LM venderam cerca de 100 cds o que mostra o quanto quem esteve presente nos concertos gostou da sua música. “Mesmo sem perceberem patavina das letras” (segundo o manager da banda).

Assisti ao concerto que os LM deram no Super Bock Super Rock deste ano. Devo dizer que não gostei. O som estava péssimo e notava-se que não se sentiam à vontade. Quando soube que não tinha havido ensaio de som percebi o porquê.
Acho que está na hora de as bandas começarem a dizer não! Quando não há condições é preciso dizer não! Ou corre-se o risco de se perder público em vez de ganhar. É esta a ideia que tenho, mas percebo que a bandas novas seja difícil recusar a exposição que um festival destes pode dar. Será que foi benéfico para o nome Linda Martini? Eu acho que não, aliás acho que não é bom para ninguém, festival incluído.

Não basta ter o palco e o sistema de som para as condições estarem reunidas. É preciso existirem os meios para essas mesmas condições funcionarem. Neste caso, tempo. Meia hora que seja de ensaio para cada banda na manhã do espectáculo é suficiente para as coisas correrem bem. Assim o público pode ter a verdadeira percepção da música e não só as bandas e público ganham com isso mas o próprio festival também.

Os Linda Martini são bons, em estúdio e em palco.

Este disco pode ser comprado na Fnac de Coimbra ou nos concertos da banda. A edição foi limitada a 500 unidades por isso apressem-se.

O futuro espera pelos LM, que se se mantiverem juntos, coesos e a trabalhar como até aqui têm feito chegarão com certeza onde querem chegar.

António Côrte-Real


Contactos:

Banda:
lindamartini@hotmail.com
www.myspace.com/lindamartini

Editora:

naked@naked.pt

18.10.06

AFP - TOP SEMANA 42/2006

No top semanal de vendas da AFP encontramos 5 projectos musicais nacionais nos 10 primeiros.

1º ACUSTICO (P) - ANDRÉ SARDET (FAROL MÚSICA-FAROL MÚSICA)
2º THE OPEN DOOR (OU) - EVANESCENCE (WIND UP-SONY BMG)
3º FLORIBELLA (9P) - FLOR (SOM LIVRE-SOM LIVRE)
4º ESTE E O MEU MUNDO (P) - BEBE LILLY (COLUMBIA-SONY BMG)
5º FROM THIS MOMENT ON (OU) - DIANA KRALL (VERVE-UNIVERSAL)
6º DOCEMANIA - DOCEMANIA (MERCURY-UNIVERSAL)
7º PAULO GONZO (2P) - PAULO GONZO (COLUMBIA-SONY BMG)
8º TRANSPARENTE (2P) - MARIZA (CAPITOL-EMI)
9º CE - CAETANO VELOSO (MERCURY-UNIVERSAL)
10º BOTH SIDES OF THE GUN - BEN HARPER (VIRGIN-EMI)
11º MICKAEL (2P) - MICKAEL CARREIRA (VIDISCO-VIDISCO/SOM LIVRE)
12º UMA VIDA DE CANÇÕES - PACO BANDEIRA (FAROL MÚSICA-FAROL MÚSICA)
13º AO VIVO NO COLISEU (2P) - TONY CARREIRA (ESPACIAL-ESPACIAL)
14º HUMANOS (5P) - HUMANOS (CAPITOL-EMI)
15º MI SANGRE (P) - JUANES (UNIVERSAL/FAROL MÚSICA-UNIVERSAL/FAROL MÚSICA)
16º FADO EM MIM (4P) - MARIZA (WORLD CONNECTION-EMI)
17º BALADAS DA MINHA VIDA (OU) - JOSÉ CID (FAROL MÚSICA-FAROL MÚSICA)
18º ROMANTIC CLASSICS (OU) - JULIO IGLESIAS (COLUMBIA-SONY BMG)
19º COLLECTED - MASSIVE ATTACK (VIRGIN-EMI)
20º THE ART OF AMALIA (OU) - AMALIA RODRIGUES (EMI-EMI)


Ouro (Gold) 10.000 unidades
Platina (Platinum) 20.000 unidades
X P=X PLATINAS (Platinum)

Dados: AFP/Copyright AC Nielsen Portugal

10.10.06

AFP - TOP SEMANA 41/2006

No top semanal de vendas da AFP encontramos 5 projectos musicais nacionais nos 10 primeiros.

1º ACUSTICO (P) - ANDRÉ SARDET (FAROL MÚSICA-FAROL MÚSICA)
2º ESTE E O MEU MUNDO (P) - BEBE LILLY (COLUMBIA-SONY BMG)
3º FLORIBELLA (9P) - FLOR (SOM LIVRE-SOM LIVRE)
4º THE OPEN DOOR (OU) - EVANESCENCE (WIND UP-SONY BMG)
5º FROM THIS MOMENT ON - DIANA KRALL (VERVE-UNIVERSAL)
6º CE - CAETANO VELOSO (MERCURY-UNIVERSAL)
7º PAULO GONZO (2P) - PAULO GONZO (COLUMBIA-SONY BMG)
8º BOTH SIDES OF THE GUN - BEN HARPER (VIRGIN-EMI)
9º TRANSPARENTE (2P) - MARIZA (CAPITOL-EMI)
10º UMA VIDA DE CANÇÕES - PACO BANDEIRA (FAROL MÚSICA-FAROL MÚSICA)
11º MI SANGRE (P) - JUANES (UNIVERSAL/FAROL MÚSICA-UNIVERSAL/FAROL MÚSICA)
12º MICKAEL (2P) - MICKAEL CARREIRA (VIDISCO-VIDISCO/SOM LIVRE)
13º ROMANTIC CLASSICS (OU) - JULIO IGLESIAS (COLUMBIA-SONY BMG)
14º HUMANOS (5P) - HUMANOS (CAPITOL-EMI)
15º AO VIVO NO COLISEU (2P) - TONY CARREIRA (ESPACIAL-ESPACIAL)
16º DOCEMANIA - DOCEMANIA (MERCURY-UNIVERSAL)
17º BALADAS DA MINHA VIDA (OU) - JOSÉ CID (FAROL MÚSICA-FAROL MÚSICA)
18º THE VERY BEST OF - FREDDIE MERCURY (EMI-EMI)
19º BALANCE (OU) - SARA TAVARES (WORLD CONNECTION-EMI)
20º THEIR GREATEST HITS-THE RECORD (P) - BEE GEES (WSM/REPRISE-WARNER MUSIC)


Ouro (Gold) 10.000 unidades
Platina (Platinum) 20.000 unidades
X P=X PLATINAS (Platinum)

Dados: AFP/Copyright AC Nielsen Portugal

8.10.06

Audiometria do Canal

Sofisticados estudos de mercado permitem-nos conhecer a lista dos ficheiros audio mais escutados no nosso blogue. O cientifico estudo acumula dados obtidos sem significativas margens de erro e de desvios padrão, plasmando o que se ouviu no Canal ao longo das primeiras 6 semanas de playlist.

1. Tomorrow (Dayoff) - 2689
2. Lâmpada azul (Orangotang) - 1357
3. The beast in you (Dayoff) - 1337
4. Borderline (Dayoff) - 1245
5. Só (Orangotang) - 705


Juntamos outra curiosidade. Em poucos dias, as peças de arqueologia destapadas aquando do Coliseu de Lisboa dos UHF tiveram a seguinte saída:

5. Excerto da 2ª hora de emissão do programa "Rock de cá" de 08/02/1992 - 814
6. Excerto da 1ª hora de emissão do programa "Rock de cá" de 08/02/1992 - 781

Também nesta vertente parece que nós portugueses gostamos de começar pelo fim... Uma segunda hora mais escutada do que uma primeira!? (risos)