6.5.05

FENDER: Novo Horário & As Mais Tocadas em Abril

De Segunda a Sexta entre as 20h e as 21h.
Radio Universitária do Minho (Braga) 97.5 fm

- OS 20 TEMAS MAIS TOCADOS NO MÊS DE ABRIL 2005 -

* The Umplayable Sofa Guitar - Land of Free Possum
* Levi - Stewie
* Roldana Folk - Templo do Som
* Margarida Pinto - Não digas nada
* BanGGuru - Another 80's
* Funami - Hurricane
* Neon Road - It's Time to Fly
* Baton - She
* Mark Lewis and the Standards - Emotional Blackmail
* Old Jerusalem - 180 Days
* Primitive Reason - Weakness
* Blasted Mechanism - What is all About
* Ölga - Hassana
* Micro Audio Waves - Dogs Pitch
* BNC - Jackie
* Massala - Agir Não Reagir
* Blind Zero - Shine On
* Boss Ac com Da Weasel - Só Vês O Que Queres Ver
* Reckless - No Last Goodbye
* Kussundulola - Viver Em Mangolé

por: Vitor Pinto fenther@tugamail.com Apartado 557 * 4750 Barcelos

4.5.05

Back and Alive: Navajo, Up Town Bar

É Sábado e a noite deixa cair uma chuva miudinha hesitante. Procuro o Up Town Bar. Abriu recentemente, é nas Antas, no Porto, e é mais um espaço a abrir portas à música nacional.
A entrada confunde-se entre os edifícios contíguos. O espaço, pequeno, estende-se num corredor dividido por um estrado encostado à direita, que nessa noite serve de palco aos Navajo. Não posso ignorar o espaço. Os candeeiros suspensos fraccionam a luz em pequenos círculos, as paredes vermelho pálido, um nevoeiro escuro invisível flutua, ilusoriamente entre o pestanejar. Foi como se de repente me encontrasse numa cena de um filme de oitenta, no papel de um figurante ausente das histórias que se entrosam à sua volta… E nesse fenómeno que não sei explicar muito bem, foi como se a minha vida nunca tivesse existido para lá daquelas paredes… O lugar é que me era estranho, mas quase instantaneamente se tornou familiar. E a partir desse momento a minha presença resumiu-se ao silêncio dos figurantes.
Os Navajo não me eram desconhecidos. RockMusic Challenge, edições de 2003 e de 2004. No primeiro ano faltaram à eliminatória mas a música passou, e foi acompanhada de projecção de imagens. O bastante para atentar ao nome da banda! Em 2004 a história é diferente e apresentam-se “alive”, no Hard Club. Não vencem, mas convencem-me!
No Up Town Bar o público não era muito mas era o bastante… Não era eufórico mas era atento…. Não se agarrou mas envolveu-se… A combinação não era evidente mas era cúmplice! A sala, a música, a banda, o público… Uma percepção invulgar (nunca me pareceram tão dissociadas), onde cada parte desta unidade que é o “espectáculo” se impunha individualmente, evidenciando o seu significado, exactamente pela presença de espaço entre elas. Tal como as palavras separadas numa frase…
O pop-rock dos Navajo traduzia qualquer coisa do estranho que se vivia ali… Resultante de uma combinação peculiar entre ritmos e melodia. Ritmos imprimidos agressivamente (talvez algum excesso atendendo à dimensão da sala), de inspiração punk, desmaiavam nos sons que o baixo ia entrelaçando numa malha audaz. E é nessa malha, que a guitarra vai tecendo melodias argutas e vivazes sob a cumplicidade das teclas e programações. A voz principal irrompe num tom mais alto enquanto (lamentavelmente) a segunda voz, mais grave e em perfeita harmonia, se perde no instrumental…
Navajo… um projecto interessantíssimo, o som de influências de um passado rico, numa fórmula engenhosamente personificada, que usa proporções indeterminadas de óbvio e subtil. Uma banda que pela sua identidade ininteligível impressiona, ainda que correndo o risco de alguma descrição. A tentação é a de acrescentar-lhes um ou outro requinte, dar-lhes brilho e sublinhar-lhes algumas formas, para os fazer notar… mas talvez essa performance “underground” acabe por ser responsável por parte desse “glamour” de ser notado sem se ser visto, de se ser sentido sem se se ter tocado… de se ser Navajo!... I can’t tell…
Estive afastada… as escolhas afastam-nos de outras possibilidades… Mas, a música faz parte do ser e encontrar boa música é como descobrir qualquer coisa de novo e de positivo em nós mesmos… Encontrar boa música nacional é mais que isso!! É perceber que realmente somos muito melhores do que nos reconhecemos!
It’s great to return to “places” where we’ve been happy!! :)

Walkgirl